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Eleição

Protestos e formação de governo marcam último dia da campanha francesa

Ultimos discursos e visitas de campo: o favorito da eleição presidencial francesa, o centrista Emmanuel Macron e sua rival da extrema-direita, Marine Le Pen, encerram nesta sexta-feira (5) uma campanha de alta tensão.

Marine Le Pen e seu aliado, Nicolas Dupont-Aignan, cercados por guarda-costas durante protesto em Reims
Marine Le Pen e seu aliado, Nicolas Dupont-Aignan, cercados por guarda-costas durante protesto em Reims REUTERS/Charles Platiau
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Antes do final oficial à meia-noite (19h de Brasília), que vai impor um silêncio midiático, Emmanuel Macron viu sua liderança confirmada nas últimas pesquisas: 61,5% contra 38,5% para Marine Le Pen ou mesmo 62% a 38%.

Le Pen, sob investigação por suspeita de empregos fictícios de assistentes de seu partido no Parlamento Europeu, foi recebida com gritos de "Marine, devolva o dinheiro!" na catedral de Reims (noroeste da França), onde eram sagrados os reis do país. Uma visita surpresa, que não estava na agenda oficial.

Alguns manifestantes vieram munidos com balões nas cores da União Europeia ou cartazes com os dizeres "fechemos a estrada para a extrema-direita".

Emmanuel Macron, em visita ao sudoeste do país desde o dia anterior, continuou seu programa nesta sexta-feira, visitando a catedral de Rodez.

Mantendo certa precaução oratória, ele afirmou nesta sexta-feira que já escolheu seu primeiro-ministro, "se for eleito", e que trabalha na composição de sua equipe de governo. Como se a página desta difícil campanha, por vezes virulenta, já tivesse sido virada.

O período entre os dois turnos foi particularmente áspero, atingindo seu clímax na quarta-feira (3) durante um debate na TV, que se transformou em uma batalha verbal, com Le Pen hostilizando seu oponente desde o primeiro minuto.

Sua performance não foi apreciada, mesmo dentro de seu próprio campo. E, no dia seguinte, a candidata da Frente Nacional perdeu três pontos, de acordo com uma pesquisa Elabe, em comparação com uma pesquisa anterior realizada entre 28 de abril e 2 de maio, enquanto seu rival pró-europeu do movimento Em Marcha! ganhou três pontos.

A dois dias da votação, a participação potencial permanece relativamente baixa: apenas 68% dos entrevistados dizem que estão determinados a votar.

Emmanuel Macron irá ao final da tarde para o norte da França, em Le Touquet, onde vai votar no domingo antes de voltar para Paris. Marine Le Pen vai votar em seu reduto de Henin-Beaumont, também no norte.
Nesta manhã, ela se reuniu com líderes de um sindicato da polícia antes de ir para Reims.

"Ingerência de Obama"

Le Pen, que havia insinuado que Macron possuía uma conta offshore nas Bahamas, também se defendeu de uma queixa apresentada por Emmanuel Macron por "propagação de falso rumor". "Se fosse esse o caso, teria apresentado uma queixa contra mim", disse, negando que o seu partido seja responsável pela massificação desse boato que circula na internet e nas redes sociais.

Sereno, Macron parece se dedicar ao que virá na próxima semana, a composição de sua futura equipe de governo, "se os franceses confiarem em mim", afirmou.

Emmanuel Macron havia indicado no início de março que gostaria de ter uma mulher para chefiar o governo.
Homem ou mulher, o primeiro-ministro será responsável, segundo ele, por conduzir a campanha eleitoral legislativa, que dará ou não uma maioria ao próximo chefe de Estado.

Por sua parte, o atual presidente socialista, François Hollande, desejou nesta sexta-feira a "maior pontuação possível" no domingo para Emmanuel Macron, que recebeu muito apoio nas últimas semanas.

O mais recente, na quinta-feira (4), veio do ex-presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, o que provocou a ira da sobrinha de Marine Le Pen, a deputada Marion Maréchal Le Pen, que considerou ser "absolutamente incrível que um ex-presidente americano possa vir a interferir tão diretamente na política francesa."

 

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