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França

Le Pen e Macron fazem últimos comícios na reta final da presidencial francesa

Marine Le Pen e Emmanuel Macron fizeram nesta quinta-feira (4) os últimos comícios da campanha antes do segundo turno da eleição presidencial francesa, que acontece no próximo domingo (7). Os dois candidatos intensificaram a ofensiva, um dia após um dos debates televisivos mais violentos da história eleitoral da França.

Marine Le Pen e Emmanuel Macron se enfrentam no segundo turno da eleição presidencial francesa neste domingo (7).
Marine Le Pen e Emmanuel Macron se enfrentam no segundo turno da eleição presidencial francesa neste domingo (7). AFP
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O centrista Emmanuel Macron, favorito nas pesquisas de opinião, realizou seu último comício em Albi, no sudoeste do país. O candidato escolheu a cidade por seu simbolismo, já que foi nessa localidade que Jean Jaurès, um dos heróis da França, que defendia a revolução democrática sem violência, fez um famoso discurso dirigido aos jovens, em 1903.

O ex-ministro da Economia tentou seguir os passos do personagem histórico em seu discurso, e se comprometeu, “pela nossa juventude”, a “reconstruir a confiança”. Parafraseando Jaurès, Macron disse que vai cumprir a promessa de “renovação até o fim”, com “um grande ato de confiança e de audácia” no domingo.

Macron ameaça processar Le Pen por difamação

Durante o dia, o ex-ministro, que recebeu o apoio do ex-presidente norte-americano Barack Obama, intensificou a ofensiva contra sua rival, a presidente do partido extremista Frente Nacional (FN), Marine Le Pen. Um dia após um debate televisivo marcado por uma violência verbal rara na história política do país, Macron decidiu abrir um processo na justiça contra as denúncias lançadas pela líder da extrema-direita, que insinuou, durante o duelo, que ele esconderia dinheiro em um paraíso fiscal.

No meio do programa, que foi assistido por mais de 16 milhões de pessoas, Le Pen declarou que o ex-ministro da Economia poderia ter "uma conta offshore nas Bahamas". As equipes jurídicas de Macron abriram um processo que visa denunciar "por difamação, qualquer pessoa que retome esta informação falsa".

Marine Le Pen faz discurso em zona rural e quase leva ovada

Enquanto Macron fazia diante de cerca de 4 mil pessoas um dos seus raros comícios a céu aberto, em razão da ameaça terrorista, Marine Le Pen escolheu Ennemain, um vilarejo rural com cerca de 200 habitantes, no norte da França, para seu último evento. Durante o discurso, a líder da extrema-direita fez alusão ao debate da véspera, no qual chamou Macron de “candidato da globalização selvagem e da precariedade”, antes de ser qualificada pelo rival de “parasita do sistema”. “Minhas palavras ecoaram a violência social que vai explodir em nosso país, a voz o povo que não aguenta mais ser esnobada pelas elites, desprezada, tratada com arrogância e desdém”, disse a líder do FN, se referindo ao confronto na televisão.

A candidata disse que durante o duelo ela representou os franceses mais precários. “Ontem a noite eu era aquela viúva do camponês que se suicidou, o empresário que não consegue pagar suas dívidas, os compatriotas que vivem em bairros apodrecidos pela delinquência e a criminalidade, o aposentado que espera anos por uma moradia mais barata (...) Eu era todos esses. A voz do povo da França, que não aguenta mais e que tem uma oportunidade, no próximo domingo, de dizer que é soberano em seu país”.

Durante o dia, um pouco antes do comício, Le Pen visitou uma empresa na região da Bretanha, no oeste da França. A candidata foi recebida com hostilidade por um grupo de opositores que, aos gritos de "Fora fascistas", lançaram ovos em sua direção. Protegida por guarda-costas, a líder da extrema-direita entrou às pressas no prédio e não chegou a ser atingida.

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