Acessar o conteúdo principal
França

Artistas se mobilizam contra eleição de Marine Le Pen

 A classe artística, particularmente discreta antes do primeiro turno da eleição presidencial francesa, decidiu se mobilizar contra a líder da extrema-direita, Marine Le Pen. Cantores, cineastas, escritores, humoristas, diretores de teatro e bailarinos participam de uma manifestação nesta terça-feira (2) para tentar impedir a vitória da candidata da Frente Nacional (FN).

O cineasta e produtor Luc Besson postou uma carta contra a eleição de Marine Le Pen
O cineasta e produtor Luc Besson postou uma carta contra a eleição de Marine Le Pen Instagram
Publicidade

A evento contra a FN será realizado na Cité de la Musique, a cidade da música de Paris. Já confirmaram presença nomes como os cantores Alex Beaupain e Sanseverino, o pianista Alexandre Tharaud e bailarinos da Ópera de Paris.

Várias personalidades do mundo das artes se pronunciaram nos últimos dias contra uma possível eleição de Marine Le Pen. O cineasta e produtor Luc Besson divulgou uma carta na qual pede a mobilização dos eleitores. “Temos que mostrar ao resto do mundo o que significa ser francês: um povo aberto, corajoso e fraterno. O mundo nos observa. A história nos espera. Às urnas, cidadãos”, clamou o diretor de “O Quinto Elemento”.

A escritora Leila Slimani, que ganhou o prêmio Goncourt em 2016, e o escritor Jean-Marie Le Clézio, Nobel de Literatura em 2008, também pediram a mobilização contra Marine Le Pen, assim como atores populares, como Dany Boon, Mathieu Kassovitz, Jacques Weber, Guy Bedos e Philippe Torreton. O ex-jogador de futebol Zinédine Zidane, técnico do Real Madri, pediu que a população “faça o máximo para evitar” a Frente Nacional. Ele foi um dos únicos esportistas a se pronunciar publicamente contra Marine Le Pen, que concorre no segundo turno contra o centrista Emmanuel Macron.

No fim de semana passado, durante o 32° Festival de Moda e Fotografia de Hyères, no sul da França, vários estilistas também se posicionaram contra a eventual vitória da líder da extrema-direita. Além do diretor do evento, Jean-Pierre Blanc, pedir que os participantes não votem em branco, o estilista Pierre Hardy, que dirigia o júri de um dos prêmios, fez um trocadilho na cerimônia de encerramento: “Hoje eu sou o presidente, mas espero que no próximo fim de semana tenhamos um novo presidente”.

Artistas não pedem voto para Macron

A manifestação acontece logo após a publicação no jornal Libération de uma tribuna assinada por uma centena de artistas, entre eles Jeanne Moreau, Léa Seydoux e Christian Boltanski. O protesto da Cité de la Musique é realizado por associações, federações e sindicatos, como o Syndeac, que representa cerca de 400 entidades, entre teatros públicos, centros coreográficos nacionais, companhias de teatro, casas de show e festivais. Porém, mesmo se todos os participantes são contra Marine Le Pen, o comunicado dos organizadores evita citar Emmanuel Macron.

Traumatizados pela ação de prefeitos da Frente Nacional que cortaram subvenções públicas a espetáculos e bibliotecas nos anos 1990, o mundo das artes vê na candidata extremista um risco para a liberdade de expressão. Segundo o comunicado dos organizadores do evento desta terça-feira, a candidata coloca em perigo “a liberdade de pensar, de inventar, de afirmar, de interpretar e de criticar o mundo”.

O segundo turno da eleição presidencial francesa acontece no domingo, 7 de maio.

NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.

Acompanhe todas as notícias internacionais baixando o aplicativo da RFI

Compartilhar :
Página não encontrada

O conteúdo ao qual você tenta acessar não existe ou não está mais disponível.