Le Pen e Macron aceleram ritmo e farpas a sete dias do pleito
A uma semana do segundo turno que vai definir quem vai ser o próximo presidente da França, os dois pretendentes não descansam. Marine Le Pen, da extrema-direita, continuava neste domingo (30) uma estratégia de ofensiva contra o centrista Emmanuel Macron.
Publicado em:
Após uma visita surpresa aos funcionários de uma fábrica ameaçada de fechamento no momento em que seu rival se reunia com sindicados da usina, a candidata da Frente Nacional (FN) depositou flores no monumento aos deportados em Marselha (sul), sem avisar a imprensa, pouco antes de uma homenagem similar prevista por Macron.
"Eu não comercializo com as celebrações. Não são um evento eleitoral", afirmou à rede francesa BFMTV, enquanto a sobrinha deputada Marion Maréchal Le Pen denunciava o oportunismo de Macron.
Le Pen também improvisou uma visita a Gardanne (sul), centrada na defesa do meio-ambiente, defendendo a visão de uma "verdadeira ecologia". A nova estratégia de campanha, implementada rapidamente desde a noite do primeiro turno, quando ficou em segunda posição, pretende demonstrar que as pesquisas se equivocam ao prever sua derrota no dia 7 de maio.
Macron continua na frente
O rival Macron visitou ao fim do dia o Memorial da Shoah e o Memorial dos mártires da deportação em Paris, por ocasião do dia nacional em memória às vítimas da deportação. "A homenagem que quis fazer hoje é um dever que temos com todas essas vidas perdidas pelos extremismos, pela barbárie", disse. Também evocou o dever "de que isso não se reproduza nunca mais".
A distância se estreita entre os dois finalistas - Emmanuel Macron tem 59% das intenções de voto, contra 41% de sua rival - e a aliança selada no sábado entre Le Pen e o líder de um pequeno partido antieuropeísta pode reforçar a posição da candidata da FN.
Nicolas Dupont-Aignan, que obteve 4,7% dos votos no primeiro turno das eleições, será nomeado primeiro-ministro em caso de vitória, anunciou Marine Le Pen.
Em relação à proposta de abandonar o euro, Le Pen quer negociar a questão em Bruxelas, mas já não apresenta a ideia de restabelecimento de uma moeda nacional como prioridade.
Barrar o extremismo
Paralelamente, se multiplicam os apelos em vários campos políticos, mas também de figuras respeitadas na França, de artistas e associações, para convocar os eleitores a votar por Macron com o objetivo de "proteger os valores da República".
A eleição de Marine Le Pen seria algo "monstruoso", considerou Daniel Cordier, ex-secretário de Jean Moulin, figura da resistência francesa durante a ocupação nazista, em uma entrevista no Journal du Dimanche. "Le Pen na vida política francesa representa a negação de tudo pelo qual nós combatemos", estimou Cordier, de 96 anos.
NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.
Me registro