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França apoia intervenção americana na Síria e quer seguir ação no âmbito da ONU

O presidente François Hollande afirmou nesta sexta-feira (7) que a "resposta" dos Estados Unidos ao ataque químico na Síria deve agora "ser seguida em nível internacional, no âmbito das Nações Unidas, se possível". O chefe de Estado francês afirmou ter sido avisado da operação comandada pelo presidente americano, Donald Trump.

Imagem divulgada pela televisão estatal síria mostra uma base aérea do país atingida por ataques dos Estados Unidos na região de Homs. A foto foi divulgada nesta sexta-feira, 7 de abril de 2017.
Imagem divulgada pela televisão estatal síria mostra uma base aérea do país atingida por ataques dos Estados Unidos na região de Homs. A foto foi divulgada nesta sexta-feira, 7 de abril de 2017. SYRIAN TV via Reuters
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"Hoje, há novamente uma crise sobre armas químicas, e, depois de ter-nos informado, os americanos decidiram atingir um certo número de instalações na Síria", declarou Hollande à margem de uma visita à região de Ardèche, no sul do país.

François Hollande estima que a intervenção contra a Síria deve envolver a ONU, "se possível, para que possamos ir até o fim com as sanções contra Bashar Al-Assad, impedir novamente o uso de armas químicas e que o regime continue a massacrar seu próprio povo".

O presidente francês vê também nesse drama a possibilidade de retomar as negociações para permitir uma transição política na Síria. Ele indicou que a França e seus parceiros europeus vão liderar uma iniciativa para relançar o processo de paz. Hollande convocou uma reunião do Conselho de Defesa para às 19h (14h em Brasília) no Palácio do Eliseu.

O chefe de Estado francês conversou pela manhã pelo telefone com a chanceler alemã, Angela Merkel, e ambos demonstraram apoio aos Estados Unidos. Os dois líderes emitiram um comunicado conjunto responsabilizando apenas o líder Bashar Al-Assad pelo bombardeio em Khan Sheikhun, que matou 86 pessoas por asfixia.

Fim da hipocrisia

O ataque americano realizado na noite desta quinta-feira com o lançamento de 59 mísseis visando uma base militar síria, deixou ao menos nove mortos, entre eles crianças, segundo uma agência oficial síria.

A ação dos Estados Unidos contra a suposta base de onde, segundo Trump, teria partido o bombardeio químico contra os moradores de Khan Sheikhun, foi apoiada por muitos parceiros de Washington. Por outro lado, a Rússia e o Irã, dois aliados de Bashar Al-Assad, criticaram a ação.

O ministro russo das Relações Exteriores, Serguei Lavrov, considerou os ataques americanos contra a base militar síria uma "provocação”.

O chefe da diplomacia francesa, Jean-Marc Ayrault, apelou para Moscou pôr um fim à "hipocrisia" no conflito sírio. "Se a Rússia tem boas intenções, deve parar e negociar", disse. O chanceler, no entanto, evita falar em escalada depois da "resposta" dos Estados Unidos ao ataque com armas químicas.

"A França não quer uma escalada, mas uma solução. Não se responde a ataques químicos com propaganda", acrescentou o chanceler ao lado de seu homólogo alemão Sigmar Gabriel, durante uma visita ao Mali.

 

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