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Dominique Vidal: possível vitória de Macron pode balançar estrutura política francesa

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Os franceses vão às urnas no dia 23 de abril para escolher o seu novo presidente. Mas a menos de dois meses do primeiro turno, o futuro político do país continua incerto, como explica o sociólogo Dominique Vidal, que leciona na Universidade Paris 7.

Para o sociólogo francês Dominique Vidal, Macron tem chances de ganhar, mas não vai ter uma maioria estável no Congresso
Para o sociólogo francês Dominique Vidal, Macron tem chances de ganhar, mas não vai ter uma maioria estável no Congresso RFI
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Atualmente as pesquisas de opinião apontam a liderança do ex-ministro da Economia Emmanuel Macron, que se apresenta sem partido, e da líder da extrema-direita Marine Le Pen. Já para o segundo turno, o candidato independente, que diz não ser nem de direita, nem de esquerda, aparece como vencedor.

Mesmo sendo apenas previsões, esses possíveis resultados mostram uma transformação na França, habituada a ver uma disputa final entre o Partido Socialista, de esquerda, e os conservadores da UMP – que mudou de nome e se chama agora Os Republicanos. “Pela primeira vez no segundo turno não vai haver nenhuma dessas duas forças que dominam a política francesa desde a implementação da Constituição de 1958”, comenta Vidal.

“Vai ser uma mudança importante no funcionamento das instituições políticas, pois se Macron se eleger, ele não vai ter uma maioria estável no Congresso e terá que fazer alianças”, continua o sociólogo, que tenta comparar a situação com a do Brasil. “Eu não vou dizer que a política francesa vai se ‘abrasileirar’, mas vamos ter, de certa maneira, uma forma de presidencialismo de coalizão à francesa”, completa o sociólogo.

Para o professor, ainda é difícil dizer quem vai para o segundo turno da eleição, mas Macron tem muito mais chances de ganhar, pois a população deve se mobilizar contra a extrema-direita. “Existem forças poderosas que vão se opor à eleição de Marine Le Pen. Ela está construindo aos poucos uma posição mais sólida e está cada vez mais forte, mas eu acho que nem ela pensa ser eleita presidente da República nesta eleição”, analisa Vidal. Segundo ele, mais do que o pleito de 2017, a líder da extrema-direita estaria se preparando para a próxima corrida presidencial, em 2022.

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