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A Semana na Imprensa

Massacre de família na França: mídia embalada pela internet

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O caso Troadec movimentou a França nas últimas semanas. Do desaparecimento misterioso de uma família até as confissões macabras do suposto assassino, as redes sociais acabaram direcionando a imprensa para suposições precipitadas, como analisa a revista L’Obs.

O mistério do desaparecimento de uma família francesa, que há vários dias mantém o país em suspense, foi esclarecido nesta segunda-feira(6) após a confissão do cunhado de ter assassinado os pais e os dois filhos por questões de herança.
O mistério do desaparecimento de uma família francesa, que há vários dias mantém o país em suspense, foi esclarecido nesta segunda-feira(6) após a confissão do cunhado de ter assassinado os pais e os dois filhos por questões de herança. REUTERS/Stephane Mahe
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No último final de semana de fevereiro, a mídia anunciava o sumiço da família Troadec: o pai Pascal e a mãe Brigitte, ambos de 49 anos, e os filhos Sébastien (21) e Charlotte (16), no noroeste da França. A presença de sangue na casa onde moravam faz a polícia iniciar investigações de homicídio.

As autoridades finalmente fecharam o cerco ao redor de Hubert Caouissin, companheiro de Lydie Troadec, irmã de Pascal. A vasta propriedade rural do casal está sendo vasculhada minuciosamente. Já foram encontrados restos humanos, computadores e joias em uma área de pântano.

Caouissin admitiu ter assassinado toda a família com um pé-de-cabra. Depois, desmembrou os corpos e tentou queimar os restos mortais. Cientistas, incluindo um antropólogo e um legista, fazem parte da equipe que tenta identificar os indícios das vítimas.

Tesouro de ouro foi pivô do crime

O motivo do crime, segundo o suspeito, seriam peças de ouro, encontradas pelo pai de Pascal e Lydie durante a reforma de uma casa. Pascal teria se apropriado indevidamente do tesouro, sem dividir a “herança” com a irmã, levando a extremos uma relação entre cunhados que nunca foi cordial.

Mas até chegar a esse ponto, L’Obs lembra que a imprensa transformou o filho Sébastien “em culpado ideal, relegando a segundo plano os fatos que apontavam o jovem como vítima”. Os internautas contribuíram com “tuítes desenterrados das profundezas da web”, nos quais o rapaz exprimia seu humor do momento. Mensagens intrigantes, de fundo suicida, eram evidências de que Sébastien era o principal suspeito, segundo a mídia. “Ou seja, um psicopata em potencial”, diz a revista.

O artigo da revista L’Obs termina com um recado: “Cabe às mídias não confundir tese com hipótese”.

 

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