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França/ Torre Eiffel

Arquiteto austríaco explica à RFI como será a grande reforma da Torre Eiffel

Uma barreira de vidro de três metros de altura à prova de balas foi o projeto selecionado pela prefeitura de Paris para melhorar a segurança da Torre Eiffel. A proteção será instalada de dois lados do monumento (rio Sena e Champ de Mars). Atentados terroristas deixaram 238 mortos na França desde 2015.

Projeto de segurança da Torre Eiffel inclui  muro de vidro
Projeto de segurança da Torre Eiffel inclui muro de vidro Mairie de Paris
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Nos outros dois lados do monumento emblemático serão construídas cercas com pontas. "O vidro preserva a transparência, mantendo a vista e a perspectiva entre a praça do Trocadéro e o jardim do Champ-de-Mars", explicou à RFI o arquiteto austríaco Dietmar Feichtinger, cujo escritório foi selecionado para realizar o projeto.

"Apostamos na simplicidade e na sobriedade. É a primeira vez que realmente se faz uma reflexão sobre o local, que mudou muito desde a inauguração em 1889."

As obras para reorganizar e facilitar o fluxo dos visitantes começarão em outubro deste ano e custarão € 20 milhões. "Vamos redirecionar os visitantes para as alamedas laterais, onde ficam os jardins românticos. Vamos tirá-los das grandes artérias de circulação, que são a via Quai Branly, do lado do Sena, e a avenida Gustave Eiffel, do lado do Champ-de-Mars", explica Feichtinger.

"O caminho dos visitantes vai ter uma entrada e uma saída de cada lado, para acelerar o tempo de espera, dotadas de dispositivos para controlar as pessoas que entrem no local. Fizemos o caminho de maneira que ele contorne os jardins, colocando-os novamente em perspectiva, dando uma visibilidade que atualmente eles não têm. Vamos dar mais conforto aos turistas."

O arquiteto diz que "os jardins foram criados na época da inauguração da Torre Eiffel, durante a Exposição Universal de 1889, e contam com grutas e um miradouro".

Silhueta da torre

"Nós vamos instalar uma cerca em volta deles, como podemos ver em vários locais em Paris, como a praça de Vosges. Ela será metálica e impedirá a passagem de pessoas e objetos. E o desenho da grade é uma referência à silhueta do monumento. Ela é elegante e, como tem pontas, evita que as pessoas a pulem."

E continua: "Refletimos muito sobre o sentido que queríamos dar para esse projeto. Ele é complicado porque sua base é a segurança. Nunca se pensou realmente na afluência das pessoas à torre Eiffel, ainda mais com a situação que temos hoje. Transformamos o objetivo da segurança em um verdadeiro projeto de arquitetura e de paisagem, que estamos realizando em conjunto com os paisagistas da agência suíça Vogt Landscape".

O austríaco lembra que as intervenções são em escala humana. "A torre é muito forte, muito presente. A barreira e as reformas nos jardins são de uma dimensão menor diante dos 324 metros de altura do monumento. A vista a partir do Trocadéro e a perspectiva urbana serão pouco modificadas. Nossa intervenção é a nível dos pedestres que estão perto do monumento."

Passarela Simone de Beauvoir

Feichtinger, que mora em Paris há quase 30 anos, ganhou em 1998 o concurso para construir a passarela Simone de Beauvoir, sobre o Sena, em frente à Biblioteca Nacional François Mitterrand. Ela foi inaugurada em 2006 e foi a primeira ponte em Paris batizada com o nome de uma personalidade feminina. "Tenho uma relação muito forte com Paris. É uma cidade muito bonita, que se transforma", diz.

En 2002, o arquiteto venceu o concurso para a realização da nova obra de acesso ao Mont Saint-Michel, na região francesa da Normandia, uma pequena ilha rochosa na foz do rio Couesnon, com uma abadia e santuário em homenagem ao arcanjo São Miguel. O local é Patrimônio Mundial da Unesco.

Além disso, Feichtinger fez diversas outras obras na França e na Europa, entre elas as passarelas de Trois Pays, sobre o rio Reno, e da Paz, em Lyon. Atualmente o escritório realiza a ampliação da estação de Ostende, na Bélgica, e o Pólo de Pesquisa em Neurociências do CEA, em Saclay, a 20 km de Paris.
 

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