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Escândalo Fillon

Juppé descarta se candidatar à presidência da França e direita segue em crise

O ex-premiê francês Alain Juppé anunciou nesta segunda-feira (6) que não será candidato à eleição presidencial francesa de abril-maio. O nome de Juppé, que ficou em segundo lugar nas primárias do partido Os Republicanos (LR), era cogitado como possível alternativa ao conservador François Fillon, envolvido em um escândalo que pode provocar seu indiciamento.

O ex-premiê Alain Juppé declarou hoje que não vai se candidatar à presidência francesa.
O ex-premiê Alain Juppé declarou hoje que não vai se candidatar à presidência francesa. GEORGES GOBET / AFP
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"Eu confirmo de uma vez por todas que não serei candidato à presidência da República", afirmou Juppé, 71 anos, derrotado por Fillon nas primárias da direita organizadas em novembro. Juppé, atualmente prefeito de Bordeaux, primeiro-ministro entre 1995 e 1997 e ex-titular de diversas pastas ministeriais, era considerado uma alternativa à queda de Fillon nas pesquisas.

"Para mim, já está muito tarde", declarou, antes de explicar que não tem a capacidade para "unir" a direita e o centro "ao redor de um projeto". Juppé é considerado mais moderado que Fillon, que propõe um programa socialmente conservador e economicamente muito liberal. Em sua declaração na prefeitura de Bordeaux, Juppé criticou, no entanto, a "obstinação" de Fillon em pretender continuar como candidato.

O comitê político do partido Os Republicanos realiza hoje uma reunião extraordinária que pode decidir o futuro da candidatura do ex-premiê. Fillon, de 63 anos, pode ser indiciado em um caso de empregos fantasmas que teriam beneficiado sua esposa e dois de seus filhos, como assistentes parlamentares quando ele era deputado.

"A direita está radicalizada"

Neste domingo, Fillon reuniu 45 mil simpatizantes em uma manifestação de apoio à sua candidatura, em Paris. Mas, como observou Juppé, quem compareceu foi a ala "radicalizada" do partido, militantes católicos antiaborto e contrários ao casamento entre pessoas do mesmo sexo.

Ao recordar que Fillon tinha diante de si "uma avenida" aberta para chegar ao posto de chefe de Estado, e era o líder nas pesquisas até poucas semanas atrás, Juppé exclamou: "Que desperdício".

De acordo com as sondagens mais recentes, Fillon seria eliminado no primeiro turno da eleição, em 23 de abril, ao ser superado pela candidata de extrema-direita, Marine Le Pen, e por Emmanuel Macron, ex-ministro do presidente socialista François Hollande, mas agora um candidato de centro.

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