Acessar o conteúdo principal

Em 48 horas, presidenciável François Fillon, da direita, perdeu apoios de peso

Apontado há alguns meses como vencedor da eleição presidencial francesa em 2017, em um eventual segundo turno com a líder da extrema-direita Marine Le Pen, o candidato da direita François Fillon, do partido Os Republicanos, pode ser indiciado por desvio de fundos públicos.

François Fillon, candidato da direita francesa, perde apoios preciosos a cada dia
François Fillon, candidato da direita francesa, perde apoios preciosos a cada dia REUTERS/Christian Hartmann
Publicidade

Nos últimos dias, começou a debandada dos seus partidários e colaboradores próximos, da direita e do centro, prenúncio de fracasso de uma campanha que tudo indicava que seria vitoriosa.

Em 15 de março, François Fillon saberá se vai ser indiciado por desvio de fundos públicos por ter dado empregos-fantasma à sua esposa Penelope e a dois de seus filhos como assistentes parlamentares, entre 1988 et 2013. Denunciado pelo jornal satírico Le Canard Enchainé, o sonho dourado de Fillon se transformou em um verdadeiro pesadelo.

Fillon, próximo do fim?

O ex-favorito está cada vez mais sozinho e em somente dois dias "o capitão viu o navio esvaziar".

Nesta sexta-feira (3), foi a vez do porta-voz da sua campanha presidencial,Thierry Solère, anunciar no Twitter que havia deixado o cargo. Foi ele o grande articulador de Fillon nas primárias que lhe deram a vitória sobre o ex-ministro Alain Juppé. Essa partida representa um golpe duro e engrossa a lista de aliados que nos últimos dias retiraram seu apoio ao conservador.

A debandada se agravou na quinta-feira (2), quando diversos políticos anunciaram seu afastamento do candidato, todos próximos do perdedor das primárias para Fillon, Alain Juppé. São eles Edouard Philippe, Christophe Béchu e Benoît Apparu, este último porta-voz do candidato. Os três divulgaram um comunicado comum e sem ambiguidade: "A direção que essa campanha tomou nos parece incompatível com nosso modo de ver o engajamento político. Continuaremos a lutar por nossas ideias, apelando para a responsabilidade de cada um", diz o texto, dando a entender que um novo nome deve surgir para substituir o atual candidato, que desabou nas pesquisas de intenção de voto. Hoje, somente um entre quatro franceses deseja que François Fillon continue concorrendo à presidência.

O senador Jean-Baptiste Lemoyne, que o apoiava, também jogou a toalha, perguntando a Fillon: "Meu caro, a partir do momento que você não é capaz de unir a família política, como seria capaz de unir a França?"

O tesoureiro da campanha de Fillon, Gilles Boyer, também confirmou sua retirada, assim como Sébastien Lecornu, diretor-adjunto de sua campanha, Bruno Le Maire, seu representante para assuntos internacionais,  e cerca de 70 partidários e colaboradores.

Do seu lado, François Fillon declarou que não vai abandonar a campanha, mantendo uma postura de combatente e garantindo que a base dos militantes continua do seu lado.

Alain Juppé, o próximo candidato da direita?

Nesta sexta-feira, o presidente do Senado francês e o secretário geral do partido Os Republicanos se reuniram com o ex-presidente Nicolas Sarkozy, que apoia Fillon, mas já reflete sobre uma estratégia rápida no caso de sua retirada.

Todos os olhos se voltam agora para o ex-ministro Alain Juppé, derrotado por Fillon nas primárias do partido Os Republicanos. Questionado, ele afirmou que "não pretende fugir de suas responsabilidades se o atual candidato da direita abandonar a corrida presidencial e se a família política do centro e da direita o apoiarem". Em outras palavras, não está descartado que ele seja o futuro candidato da direita.

O primeiro turno da eleição presidencial francesa será no dia 23 de abril.

 

NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.

Acompanhe todas as notícias internacionais baixando o aplicativo da RFI

Compartilhar :
Página não encontrada

O conteúdo ao qual você tenta acessar não existe ou não está mais disponível.