Desaparecimento de uma família inteira intriga a França
O casal Troadec vivia no subúrbio de Nantes, no oeste da França, até o dia 16 de fevereiro, pelo menos. Depois, sumiram, com seus dois filhos, sem avisar ninguém. Revistando a casa da família, a polícia começa a suspeitar do filho mais velho.
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Um casal de classe média, de 49 anos, vivendo num subúrbio de Nantes, com dois filhos: Charlotte, de 18 anos, e Sébastien, de 21, ambos estudantes, ambos morando longe de casa. Há duas semanas ninguém os vê, ninguém sabe do seu paradeiro.
Revistando a casa da família no bairro de Orvault, a perícia encontrou lençóis recentemente lavados, ainda úmidos na máquina de lavar. Depois, embaixo da cama da filha, encontrou o relógio da mãe, Brigitte, quebrado e sujo de sangue. Outros vestígios de sangue foram detectados pela perícia em várias partes da casa. Segundo os exames, seria o sangue do pai, Pascal, da mãe e do filho, Sébastien. Por isso, num primeiro momento, as atenções da polícia se voltaram para a filha, Charlotte, cujos vestígios de sangue nunca foram encontrados.
Charlotte estudava em Fontenay-le-Comte, num liceu privado, católico, a 120 quilômetros da casa dos pais. Considerada discreta pelas colegas, Charlotte levava a vida normal de uma adolescente, que fazia selfies, frequentava o Facebook, se solidarizava com as vítimas dos atentados na França. A normalidade do seu perfil deixou a polícia intrigada.
Filho psicologicamente sensível
O rumo da investigação só mudou, de maneira dramática, quando a polícia encontrou o smartphone, sujo de sangue, do filho Sébastien. Nele, uma intensa atividade nas redes sociais revelou que o jovem parecia nutrir fantasias macabras sobre a família.
“Viva a morte, a vida me cansa! Se as pessoas soubessem o que se passa na minha cabeça, pensariam que eu sou um maluco imoral!”, dizia ele em suas mensagens.
“Meus pais brigam o tempo todo, e ainda bebem. Meu pai só pensou na minha educação quando era tarde demais”, completou.
Segundo a polícia, Sébastien já havia sido detido por ameaças de morte em redes sociais em 2012, quando foi condenado pela justiça a cumprir trabalhos comunitários.
Uma amiga da irmã de Sébastien lembra-se que ele vivia “dentro da sua própria bolha. Não posso dizer que ele não é normal, mas, definitivamente, ele vive num mundo à parte”.
Na quarta-feira (01), a polícia encontrou as calças jeans de Charlotte, em “mau estado”, e seus documentos em Dirinon, na Bretanha, a quase 300 quilômetros da casa dos pais. Nesta quinta-feira (02), nova descoberta: o carro de Sébastien, um Peugeot 308, foi achado, sem danos, na cidade portuária de Saint-Nazaire, a cerca de 50 quilômetros da casa dos pais. O resultado da análise do carro, como a presença de sangue, ainda não divulgado pela perícia.
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