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Candidato da direita francesa, Fillon vai de favorito a possível indiciado por corrupção

Há três meses, o ex-primeiro-ministro François Fillon era o favorito absoluto para se tornar o próximo presidente da França. Nesta quarta-feira (1°), ele anunciou, em uma coletiva de imprensa, que será indiciado pelo caso do emprego fantasma da sua mulher, Penelope, que teria recebido salário como sua assistente parlamentar sem ter efetivamente trabalhado. Ele terá que se apresentar ante a Justiça no próximo dia 15. Sobre a decisão, o candidato da direita denunciou um "assassinato político" e afirmou que se submeterá à "vontade do povo francês".

François Fillon anunciou que será indiciado pela Justiça
François Fillon anunciou que será indiciado pela Justiça Reuters
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A queda anunciada de Fillon, que não passará ao segundo turno, segundo as últimas pesquisas, também afugenta apoios importantes. Nesta quarta, o ex-ministro Bruno Le Maire, que era o responsável pelas relações europeias e internacionais da campanha, pediu demissão. Segundo ele, o candidato não manteve a palavra de desistir da disputa caso fosse indiciado.

O partido de centro UDI também decidiu suspender sua participação na campanha, segundo o presidente da legenda, Jean-Christophe Lagarde, devido ao indiciamento de Fillon. O candidato proferiu que "só o sufrágio universal, e não um procedimento acusatório, pode decidir quem será o próximo presidente da República".

O jornal francês Le Canard Enchaîné revelou em janeiro passado que Penelope, mulher de Fillon, teria recebido cerca de € 680 mil em salários como assistente parlamentar do político e como funcionária da revista Deux Mondes, cujo proprietário é um amigo do ex-primeiro-ministro.

Após as revelações, a Procuradoria Nacional Financeira (PNF) começou uma investigação, que envolve ainda os dois filhos do casal, que também "exerceram" o cargo de assistente parlamentar do pai. Uma fonte próxima à investigação afirmou que Penepole também será intimada a comparecer à Justiça.

"Operação de desestabilização"

Fillon declarou ao jornal Le Figaro que, "quanto mais nos aproximamos da data da eleição presidencial, mais escandaloso seria privar a direita e o centro de um candidato". "Minha decisão é clara: sou candidato e continuarei até a vitória", acrescentou. O ex-primeiro-ministro havia prometido, logo após as primeiras acusações, se retirar da corrida presidencial se fosse indiciado no âmbito da investigação.

Seus advogados tentaram desacreditar a PNF, classificando o processo de "ilegal". Fillon reiterou que essas acusações respondem a uma "operação de desestabilização, que beneficia uma esquerda que está em uma situação sem saída, com um presidente (o socialista François Hollande) desacreditado, uma maioria parlamentar dividida, um candidato ilusionista (Benoît Hamon). O único obstáculo para seu êxito sou eu". As condições de sua campanha são difíceis. Ele é frequentemente insultado por manifestantes nas suas viagens pelo país.

Segundo as últimas pesquisas, Marine Le Pen, candidata da extrema-direita, e o centrista Emmanuel Macron disputarão o segundo turno previsto para 7 de maio.

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