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França/eleições

Candidato independente de 39 anos pode vencer eleição presidencial francesa

Segundo as últimas pesquisas, o ex-ministro da Economia Emmanuel Macron venceria o segundo turno das eleições hoje se disputasse o pleito contra a candidata da extrema-direita Marine Le Pen, da Frente Nacional.

Emmanuel Macron em Londres, durante um encontro com expatriados franceses
Emmanuel Macron em Londres, durante um encontro com expatriados franceses REUTERS/Toby Melville
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“Coxinha” para uns, teatral nos comícios para outros e talvez a única opção para uma boa parte dos franceses que rechaçam a extrema-direita: o outsider Emmanuel Macron, 39 anos, é o elemento surpresa de uma eleição presidencial ainda totalmente indefinida. Ex-banqueiro, ele estudou em uma das mais respeitadas escolas francesas, a ENA (Escola Nacional de Administração), que forma futuros dirigentes políticos e homens de negócios. O candidato à presidência se tornou ministro da Economia e Finanças da França do governo socialista de François Hollande aos 36 anos.

No ano passado, ele deixou o governo para anunciar sua candidatura em um movimento independente, “En Marche”, ou “Em Marcha”, em tradução livre. Descrito muitas vezes no passado pelo próprio presidente François Hollande como um “menino-prodígio”, ele é atualmente o provável vencedor do segundo turno da eleição presidencial francesa, em maio.

No primeiro turno, a candidata da extrema-direita, Marine Le Pen, segue favorita, com 27,5% das intenções de voto, de acordo com as últimas pesquisas. O ex-ministro chega em segundo lugar, com 21%. No segundo turno, entretanto, Macron venceria Le Pen por 61% contra 39%. Se as sondagens se confirmarem, o palácio do Eliseu pode estar mais perto de Macron do que ele mesmo imagina.

Aliança com o centro

Para isso, as alianças se tornam fundamentais. A mais recente vem do tradicional e único representante do MoDem, partido de centro francês, François Bayrou. Candidato a três eleições presidenciais, sem conseguir chegar ao segundo turno, Bayrou decidiu dessa vez se aliar a Macron,contra a ameaça da extrema-direita e o crescimento do populismo no país.

Conhecido pela sua idoneidade, Bayrou encarna um dos pilares da campanha de Macron: “a moralização da vida pública” e a luta contra o tráfico de influência e os “conflitos de interesses”, que hoje prejudicam diretamente dois candidatos: François Fillon, do partido Os Republicanos, acusado de usar dinheiro público para financiar empregos-fantasma ocupados pela sua mulher e filhos, e Marine Le Pen, acusada de empregar dois assessores parlamentares fantasma no Parlamento Europeu.

Programa ainda não foi detalhado

Considerado por parte do eleitorado como uma alternativa à paisagem política existente, Macron oscila entre direita, esquerda e centro, se autodefinindo como progressista. A falta de um posicionamento claro, aliás, é uma crítica constante. Entre suas medidas, destaca-se o aumento do número de professores nas escolas, o direito ao seguro-desemprego em caso de demissão por iniciativa do empregado, e uma mudança do código trabalhista, que inclui uma fórmula inovadora: um aumento do número de horas semanais de atividade (hoje limitadas a 35) para os jovens e uma diminuição para os mais velhos. Mas, há menos de dois meses do pleito, seu programa detalhado ainda não foi divulgado.

Emmanuel Macron durante um comício

 

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