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Dez dias de quebra-quebra na periferia de Paris contra violência policial

Desde o dia 2 de fevereiro que a periferia norte de Paris, em Seine-Saint-Denis, virou palco de manifestações violentas de jovens. A agressão de Théo, de 22 anos, estuprado com um cacetete por um dos quatro policiais que faziam seu controle de identidade, se tornou um caso de Estado.

Jovens nas ruas de Bobigny, periferia de Paris, na noite de 11 de fevereiro de 2017
Jovens nas ruas de Bobigny, periferia de Paris, na noite de 11 de fevereiro de 2017 Patrick KOVARIK / AFP
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No sábado (11), cerca de 2.000 pessoas se reuniram diante do tribunal de Bobigny, no norte de Paris, a fim de pedir, pacificamente, "justiça para Théo". Mas a calma durou. Uma hora e meia depois da passeata começar, um bando de jovens, que até então apenas observavam, começaram a lançar projéteis e depois incendiaram o carro dos jornalistas da rádio RTL, que faziam a cobertura da manifestação.

Rapidamente a situação deteriorou. Mais três carros foram incendiados, vitrines foram quebradas e abrigos de ônibus, um supermercado e uma agência bancária foram totalmente destruídos. A polícia, com uma imagem negativa e na mira da população, foi obrigada a recuar diante da fúria dos jovens. E no meio dessa violência, os manifestantes ficaram bloqueados, entre as barreiras de ferro da polícia e os revoltados.

Jovem herói salva menina das chamas

Em pleno caos, Emmanuel, um adolescente de 16 anos teve um gesto heróico, salvando uma criança que estava dentro de um carro pegando fogo. A mãe, desesperada, tirou um dos filhos, um menino de dois anos, mas na confusão, tentando apagar o incêndio, demorou para buscar a menina. O motor já estava em chamas quando o rapaz conseguiu tirar o cinto de segurança da outra criança e levá-la para longe do veículo. "Se eu tiver que morrer, vai ser assim, mas não posso deixar a menina dentro do carro, também tenho uma irmãzinha", disse o salvador da garota.

Revolta na periferia e política

A três meses da eleição presidencial, a violência policial e a problemática social da periferia vieram sacudir as campanhas. Todos os candidatos se exprimem sobre o caso, atacando por unanimidade o atual governo de François Hollande, que visitou Théo no hospital, e suas políticas públicas.

 

 

 

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