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França

Sob trauma de atentado, Nice realiza carnaval com alta segurança

Ainda se recuperando do violento atentado de 14 de Julho de 2016, no qual 86 pessoas morreram, a cidade de Nice realiza a partir deste sábado (11) seu célebre carnaval. A 133a edição do evento ficará marcada pela alta segurança e pelo tema deste ano, "O Rei da Energia", que faz uma forte crítica ao presidente americano Donald Trump.

Um boneco do presidente americano, Donald Trump, fará parte de um dos 17 carros alegóricos que desfilarão a partir deste sábado (11), no Carnaval de Nice.
Um boneco do presidente americano, Donald Trump, fará parte de um dos 17 carros alegóricos que desfilarão a partir deste sábado (11), no Carnaval de Nice. Reuters/Eric Gaillard
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A prefeitura da cidade de Nice, no sul da França, não poupou esforços para garantir a segurança do público. No total, 36 portas de detecção de metais, 50 câmeras, 200 agentes particulares de segurança e 100 policiais municipais fazem parte do dispositivo inédito organizado pelas autoridades locais. Já o número de agentes da força de segurança nacional é mantido sob sigilo. Fantasias em que os foliões portem armas fictícias - como piratas ou cowboys - estão proibidas de serem utilizadas.

Célebre por ser uma grande festa popular, que atrai milhares de turistas ao sul da França nesta época do ano, o desfile do Carnaval de Nice excepcionalmente não vai passar neste ano pelo Passeio dos Ingleses. O local, que foi palco de um violento atropelamento no último 14 de Julho - data da festa nacional da França -, está fechado para eventos, em respeito às vítimas.

"Nunca um dispositivo de segurança desta amplitude foi colocado em funcionamento em Nice", assegura Georges-François Leclerc, governador da região Alpes Marítimos, à qual pertence a cidade. Segundo Leclerc, a cidade inteira estará sob proteção durante o período em que Nice realiza o carnaval, de 11 a 25 de fevereiro. O governador também faz um apelo aos frequentadores: "Venham sem bolsas!", para facilitar o trabalho dos seguranças.

Forte crítica a Donald Trump

O tema do desfile, "O Rei da Energia", coloca em evidência a preocupação com o meio ambiente. No total, sobre os 17 carros alegóricos que fazem parte do espetáculo, 150 peças se destacarão. A maioria delas fará a reprodução caricatural de personagens políticos atuais, entre eles, o presidente americano Donald Trump. O bilionário será representado por um grande boneco, sentado sobre barris de petróleo e com braços em formato de secadores de cabelo, para demonstrar sua extrema preocupação com o sempre impecável penteado.

Os candidatos à presidência farão parte do desfile, entre eles, a líder da extrema-direita, Marine Le Pen, da extrema-esquerda, Jean-Luc Mélenchon, o candidato republicano, François Fillon, o centrista sem partido, Emmanuel Macron, e o socialista Benoît Hamon. Outros representantes políticos, como o presidente François Hollande, também estarão representados.

Frequentação em baixa desde atentados de 13 de novembro de 2015

O Carnaval de Nice é uma das grandes atrações turísticas do início do ano na França. O evento, realizado anualmente, reúne milhares de moradores e turistas, mas a edição passada já registrou uma forte diminuição de frequentadores, devido aos atentados de novembro de 2015 em Paris.

Neste ano, uma queda de cerca de 30% na venda dos bilhetes para o desfile foi registrada, especialmente para as reservas de grupos. Até o momento, 60 mil entradas foram compradas. No ano passado, mais de 143 mil pessoas assistiram ao evento.

Todos os esforços e garantias parecem não convencer os espectadores, que ainda não esqueceram os horrores da fatídica noite do 14 de Julho de 2016. Na ocasião, após a tradicional queima de fogos da festa nacional francesa, o tunisiano Mohamed Lahouaiej Bouhlel avançou com um imenso caminhão contra a multidão reunida na avenida beira-mar de Nice, o Passeio dos Ingleses.

No total, 86 pessoas morreram e mais de 200 ficaram feridas. O agressor foi abatido pelas forças de segurança dentro do próprio caminhão que dirigia. O ato foi reivindicado pelo grupo Estado Islâmico.

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