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França / violência / polícia

Após caso de estupro, polícia francesa será obrigada a filmar operações

Diante da repercussão do suposto estupro cometido por policiais contra o jovem Théo, na periferia norte de Paris, as autoridades francesas anunciaram que a partir de março, todo policial que possuir uma câmera no uniforme deverá gravar as operações de controle de identidade.

Policiais franceses deverão usar câmeras acopladas para gravar ações nas ruas
Policiais franceses deverão usar câmeras acopladas para gravar ações nas ruas JACQUES DEMARTHON / AFP
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A agressão cometida durante uma operação policial chocou o país. Nesta sexta-feira, o ministro do Interior Bruno Le Roux declarou que todos os policiais que tiverem uma câmera no uniforme deverão ativá-las durante as batidas para verificação de documentos.

Atualmente as “câmeras-pedestre”, como são chamadas pelas autoridades, são utilizadas de forma experimental. “Um decreto tornará obrigatório a ativação das câmeras a partir do dia 1º de março, quando houver uma batida policial para verificar os documentos”, informa o ministro. “Mais 2600 câmeras serão disponibilizadas em breve. O objetivo é apaziguar os ânimos no momento da operação”, acrescentou.

As “câmeras-pedestre” são colocadas no uniforme do policial e começaram a ser utilizadas em 2012, nas regiões mais tensas do país. Em outubro de 2015, o então primeiro-ministro Manuel Valls anunciara que a idéia era generalizar o dispositivo até 2020.

Mais uma noite de violência na periferia de Paris

Na madrugada desta sexta-feira (10), 25 pessoas foram detidas, em várias cidades da região de Seine-Saint-Denis, ao norte de Paris. De acordo com as autoridades, alguns carros e lixeiras foram queimados nas cidades de Tremblay-en-France, Pierrefitte, Bobigny e Noisy-le-Grand.

A relação entre a polícia e a população mais pobre, residente na periferia de Paris, voltou ao debate público após o suposto estupro cometido por policiais contra o jovem Théo, de 22 anos, durante uma batida policial, no último dia 2 de fevereiro, em Aulnay-sous-Bois.

A cena, filmada pelo sistema de vigilância municipal, mostra os policiais batendo no jovem com cassetetes. Em entrevista ao canal de televisão BFM, Théo afirma que os agentes “enfiaram o cassetete no meu ânus, de propósito”. Ele conta que a violência continuou dentro da viatura. “Eles me bateram, esmagaram minhas partes íntimas, cuspiram em mim, me insultaram”, relata.

Já o relatório da polícia reconhece os fatos, mais afirma que a agressão sexual foi "involuntária". Um dos quatros policiais que participaram da operação foi indiciado por estupro. Os outros três por violência. Todos estão temporariamente suspensos.

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