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Ciência e Tecnologia

Associações francesas desenvolvem ferramentas digitais de inserção social

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Como utilizar as novas tecnologias contra as desigualdades sociais? Os projetos em torno da economia solidária ganham cada vez mais espaço na França e envolvem associações, incubadoras e startups.

Um sem-teto nas ruas de Paris
Um sem-teto nas ruas de Paris REUTERS/Charles Platiau
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Um dos exemplos é o grupo francês SOS, uma entidade sem fins lucrativos que apoia iniciativas tecnológicas na luta contra a exclusão, em mais de 35 países. A empresa reúne associações e plataformas digitais colaborativas, que possuem um modelo econômico próprio de financiamento, baseado em doações ou no crowdfunding, por exemplo.

Uma delas, a Reconnect, propõe, desde setembro, um serviço inédito: arquivar ou atualizar os documentos dos sem-teto que vivem nas ruas de Paris, além de ajudá-los na burocracia do dia-a-dia. Mais de 100 associações são parceiras da ferramenta, definida como um "cloud solidário".

“Esse dispositivo foi construído em parceria com os trabalhadores sociais e responde inteiramente a essa necessidade, o que explica porque muitas estruturas estão desenvolvendo a ferramenta na França e agora também no exterior. Também desenvolvemos o dispositivo no Canadá, por exemplo”, explica o vice-presidente do grupo SOS, Nicolas Froissard.

Vivendo em extrema precariedade, muitas vezes os sem-teto perdem sua carteira de identidade ou são furtados,  o que complica o trabalho das associações junto aos órgãos administrativos.No caso dos estrangeiros, a situação ainda é mais complicada. Mesmo estando legalmente no território, muitas vezes eles são abordados pela polícia e não têm como provar aos agentes que estão autorizados a viver no país.

Para evitar esse tipo de problema, os membros da associação Reconnect escaneam os documentos e os transferem para um espaço virtual pessoal, depois da criação de uma conta no site. Mais de 600 já foram abertas. Estocados no cloud, os documentos podem ser consultados pelos membros da associação a qualquer momento, facilitando o acesso às ajudas sociais disponibilizadas pelo governo francês. Muitos sem-teto desconhecem, por exemplo, que têm direito a uma renda mensal ou a um atendimento médico gratuito, que é garantido para todos na França

O grupo também não descarta desenvolver a ferramenta no Brasil. “Essa não é uma problemática franco-francesa e envolve muitas regiões do mundo. Infelizmente a pobreza está presente em todos os por todos os lados.”

Projetos solidários

Outra plataforma divulgada pelo grupo SOS é a Hackativ, uma rede social diferente, que conecta as associações e os cidadãos que moram em uma mesma região e querem exercer diferentes atividades voluntárias. A plataforma digital, que teve início em Paris, também trabalha com instituições públicas e privadas interessadas em desenvolver ações de voluntários.

Os excluídos não são o único público alvo do grupo. Outros exemplos são as plataformas Share Voisin, onde as pessoas podem emprestar objetos ou vender serviços, evitando a compra de materiais que serão inutilizados rapidamente.

O vice-presidente do grupo SOS também cita Up, uma rede social que reúne pessoas sensíveis ao tema da inovação e implantação de ideias em seu território. Um formato que reúne formadores de opinião e que Nicolas Froissard espera, também, desenvolver no Brasil. “Ficaríamos felizes que essa iniciativa se desenvolvesse na América Latina”.
 

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