Após renúncia de Polanski, cerimônia do César não terá presidente
A 42ª cerimônia do César, o prêmio mais importante do cinema francês, prevista para 24 de fevereiro, não terá presidente. O anúncio foi feito pela organização do evento neste sábado (4). A decisão foi tomada depois que o diretor franco-polonês Roman Polanski, acusado de estuprar uma menor de idade nos anos 1970, decidiu renunciar à função devido à pressão de associações feministas.
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"O conselho da Academia do César decidiu que não haverá presidente na cerimônia", declarou o presidente da Academia, Alain Terzian, em um almoço com os 177 indicados aos prêmios. "Não propusemos [a função] a outra pessoa por razões que vocês já conhecem. Assumimos também o tumulto que vocês presenciaram", reiterou Terzian, em relação à polêmica nomeação de Polanski.
O cineasta franco-polonês foi anunciado como presidente da 42ª cerimônia do César no dia 18 de janeiro. A decisão revoltou organizações feministas francesas, que criaram uma petição contra o diretot nas redes sociais. O documento reuniu milhares de assinaturas e conseguiu pressionar a renúncia de Polanski, no dia 24 de janeiro.
"A escolha de Roman Polanski é uma zombaria indigna a várias vítimas de estupro e de agressões sexuais", afirmou a Ong feminista francesa Osez le Féminisme. Já a ministra francesa dos Direitos das Mulheres, Laurence Rossignol, qualificou a escolha do cineasta de "surpreendente e chocante".
Relação sexual consentida
A justiça americana acusa o cineasta de ter estuprado de uma adolescente de 13 anos nos anos 1970. Polanski, de 83 anos, sempre alegou que a relação sexual com a menina foi consentida.
Ele fugiu para a França antes do anúncio de sua pena e nunca pagou pelo crime. A justiça americana fez vários pedidos, sem sucesso, que Paris o extraditasse. O cineasta obteve a nacionalidade francesa e vive no país com sua esposa, a atriz Emmanuelle Seigner.
Para o diretor dos longas "Repulsa ao sexo", "O pianista", "O bebê de Rosemary" e "Chinatown", a polêmica da presidência do César é "injustificada" e "alimentada por informação errônea". Seu advogado, Hervé Témime, declarou que o caso "entristeceu profundamente Roman Polanski e afetou sua família".
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