Candidato presidencial vai à TV francesa rebater acusações de emprego fictício da mulher

O caso já está sendo chamado de "Penélopegate". François Fillon, candidato da direita para as eleições presidenciais foi à TV nesta quinta-feira (26) defender a mulher, acusada de ter um cargo-fantasma.

O candidato presidencial François Fillon. REUTERS/Charles Platiau

A três meses do pleito que vai escolher o sucessor do socialista François Hollande, o ex-primeiro-ministro contra-atacou as afirmações do jornal Le Canard Enchaîné, que mistura sátira com jornalismo investigativo, de que Penélope Fillon teria recebido cerca de € 500 mil entre 1998 e 2012, sem ter trabalhado, contratada como assessora do então parlamentar.

Nos termos da lei francesa, a contratação de um familiar que não é proibida, desde que a pessoa desempenhe funções efetivas, mas o Canard Enchaîné afirma que não havia registros de atividades da esposa do candidato, nem de sua presença na Assembleia Nacional.

Os deputados franceses dispõem de um montante mensal (€ 9.561, em 2016) para remunerar o trabalho real de até cinco colaboradores, mesmo familiares, lembra o veículo.

"Acusações abjetas"

Ao vivo, Fillon declarou que a mulher sempre trabalhou “com discrição” e que, sem a sua colaboração, “desde sempre”, ele não teria chegado onde está. Ele denunciou "o caráter abjeto da acusação, que consiste em afetar minha mulher para me afetar", disse o representante do partido Os Republicanos.

As alegações chegam em um momento muito ruim para o ex-ministro conservador do presidente Nicolas Sarkozy (2007-2012), considerado o favorito segundo as pesquisas para vencer a eleição presidencial no segundo turno contra a candidata da extrema-direita Marine Le Pen.

Fillon defende um programa econômico considerado muito duro por seus adversários, e defende a supressão de centenas de milhares de postos de trabalho no serviço público.