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Atentados de Paris

França acredita ter identificado homem-bomba do Stade de France

O jornal Aujourd'hui en France traz nesta quarta-feira (18) a informação de que a polícia francesa acredita ter identificado um dos homens-bomba que tentou entrar no Stade de France na série de atentados de 13 de novembro de 2015 em Paris. Segundo documentos desarquivados pela Direção Geral de Inteligência Exterior (DGSE), trata-se de um iraquiano, proveniente de Mossul, que entrou para as fileiras do grupo Estado Islâmico (EI) em junho de 2014.

O presidente François Hollande cumprimenta uma vítima dos atentados de 13 de novembro de 2015 nos arredores do Stade de France.
O presidente François Hollande cumprimenta uma vítima dos atentados de 13 de novembro de 2015 nos arredores do Stade de France. REUTERS/Philippe Wojazer
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As investigações revelaram que o iraquiano de cerca de 20 anos, identificado como Ammar Ramadan Mansour Mohamad al Sabaawi, vinha de um meio rural e chegou à Europa de barco, dissimulado entre migrantes. Ele desembarcou no dia 3 de outubro de 2015 na ilha de Lesbos, na Grécia.

O iraquiano integrava o grupo de três jihadistas que deveriam promover um massacre no estádio, durante um amistoso entre França e Alemanha, mas foram barrados na entrada por seguranças. Eles acabaram acionando seus cinturões de explosivos nos arredores do estádio.

A família de Sabaawi foi recompensada com a soma de US$ 5.000. De acordo com os investigadores franceses, quando o grupo Estado Islâmico comunicou a morte do terrorista à família, disseram que ele havia morrido em uma missão em Bagdá, omitindo os atentados na França.

Regresso de combatentes do EI preocupa autoridades francesas

O jornal Le Figaro publica hoje uma entrevista exclusiva com Loic Garnier, diretor da unidade de coordenação da luta antiterrorista. Dos 700 franceses identificados em zonas de guerra na Síria e no Iraque, mais de 250 são combatentes que tentam atualmente fugir dos bombardeios da coalizão internacional, da Rússia e do regime sírio.

Segundo o oficial, esses franceses sabem atirar, fabricar e manipular explosivos. "Eles foram treinados para preparar cinturões de explosivos e carros e caminhões-bomba, e continuam obedecendo cegamente às instruções de comandantes extremistas", relata o oficial do governo.

O regresso desses combatentes, dispostos a morrer, tem sido objeto de reuniões de coordenação de autoridades dos setores de inteligência e segurança. Existem os próprios combatentes que retornam, viúvas com filhos e crianças órfãs, que perderam a família no conflito. Para enfrentar a complexidade da situação, o governo francês criou seis grupos de trabalho.

A Justiça participa das discussões. Uma das hipóteses em estudo, para não lotar as prisões francesas de terroristas potenciais, seria enviá-los de volta à zona de guerra, o que no momento só é possível no caso do Iraque, para que sejam julgados no país onde cometeram crimes. É uma hipótese, afirma o Le Figaro, mas nesse caso seriam necessárias algumas garantias.

A entrevista de Loic Garnier ao Le Figaro provoca arrepios. Segundo ele, 200 franceses que voltaram recentemente do Iraque e da Síria conseguem enganar os policiais franceses, escapando da vigilância das autoridades.

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