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RFI Convida

“Minha geração tem como sonho de vida Paris, não Nova York", diz José de Abreu

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Após 40 anos de carreira no cinema, na televisão e no teatro brasileiros, ele se instalou em Paris, onde desenvolve projetos na área cultural. O RFI Convida o ator José de Abreu, que conversou sobre sua relação com a França, militância política, história e ditadura militar no Brasil.

O ator José de Abreu foi entrevistado no RFI Convida desta quinta-feira, 22 de dezembro de 2016.
O ator José de Abreu foi entrevistado no RFI Convida desta quinta-feira, 22 de dezembro de 2016. RFI/Élcio Ramalho
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“Minha geração tem como sonho de vida a Sorbonne, Paris, não é Nova Iorque, nem São Francisco. Depois da ditadura é que o Brasil foi ‘desfranquinizado’, porque o Brasil era muito francês. Nossa universidade era baseada nas universidades francesas, a USP nos seus primórdios foi realizada por Levy Strauss e mais alguns franceses”, afirma José de Abreu, explicando sua preferência pela França. “Isso tudo foi marcando a nossa vida, assim como é claro, a Revolução Francesa, e tudo que a França significa em termos de arte e cultura, se você for ver, desde o jazz, todos os escritores latino-americanos, Piglia, Asturias, todos os artistas de épocas e culturas diferentes passaram por Paris”, completou o ator.

“Na época em que eu entrei na universidade, não tinha como você não ser de esquerda, havia uma ditadura ferrenha onde se perdia todos os direitos individuais, a ditadura proibiu centro acadêmico, diretório acadêmico, e proibiu a UNE, que era uma entidade famosíssima no Brasil”, explica José de Abreu falando sobre militância política. Sobre as milhares de ameaças que recebeu após sua polêmica aparição no programa Domingão do Faustão, em abril deste ano, quando defendeu a ex-presidente Dilma Rousseff no início do processo de impeachment, José de Abreu declarou que recebeu “ameaças de todos os tipos”. “Tenho advogados que estão cuidando disso, porque algumas ameaças de morte você é obrigado a denunciar”, afirmou.

“Eu estou escrevendo minha biografia e quando eu estava pesquisando os festivais, fui testemunha ocular de muitos deles”, contou o ator, que planeja também um documentário a partir do livro “A História do Brasil nas ruas de Paris, do escritor e jornalista Maurício Torres Assumpção, que fala sobre sete brasileiros que marcaram presença na capital francesa”, completou.

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