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Caverna de Lascaux é reproduzida integralmente em novo centro

A famosa caverna de Lascaux, no sudoeste da França, com pinturas rupestres de cerca de 18 mil anos, foi reproduzida em um centro para visitantes em Montignac, na região de Dordogne.

Será inaugurada neste sábado a réplica da caverna de Lascaux, com salas interativas.
Será inaugurada neste sábado a réplica da caverna de Lascaux, com salas interativas. MEHDI FEDOUACH / AFP
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O vilarejo fica próximo às colinas onde quatro adolescentes descobriram em 1940 o que hoje é considerado um dos tesouros da arte pré-histórica e Patrimônio Mundial da Unesco.

A inauguração acontece neste sábado (10) com a presença do presidente François Hollande e do único ainda vivo dos jovens que encontraram o local, Simon Coencas, 89 anos.

Como medida de preservação, a local original foi fechado a visitação em 1963. "É a primeira vez que reconstruímos a caverna inteira", explica o arqueólogo Jean-Pierre Chadelle. A nova reprodução foi realizada por uma equipe de 30 profissionais e custou € 66 milhões.

Uma cópia anterior, chamada de Lascaux 2, inaugurada em 1983, reproduzia apenas 90% das pinturas. Ela fica muito perto da original, o que provocou problemas devido ao grande fuxo de visitantes.

Um projeto chamado Lascaux 3 viaja exibindo reproduções das principais pinturas. A versão que vai ser inaugurada neste sábado foi batizada de Lascaux 4 e fica a uma distância adequada do local original, o que garante a sua preservação.

Filme de aventura

A história de como Simon Coencas e seus três amigos descobriram o local parece tirada de um filme de aventuras. No dia 14 de setembro de 1940, durante a Segunda Guerra Mundial e com os nazistas já em Paris, um amigo de Coenca chamou ele e os outros rapazes para explorar um buraco nas montanhas descoberto por seu cachorro.

Um deles usou a faca para fazer uma abertura na entrada da caverna. Ele então entraram e começaram a exploração com uma luminária à base de parafina.

"Avançamos pouco a pouco e chegamos à zona com as pinturas dos touros", lembra Coencas. Foi com a luz trêmula que eles viram pela primeira vez os animais pintados: além de touros, cavalos e veados saltando.

Pouco após a descoberta, Coencas se mudou com a família para Paris. Judeu, ele escapou por pouco da deportação a um campo de concentração, mas seus pais não tiveram a mesma sorte. Após a guerra, ele reconstruiu a sua vida em Paris e, em 1986, ele retornou a Dordogne para reencontrar os três amigos de infância.

Coencas ainda mantém viva a memória dos jogos de caça ao tesouro. "No final encontramos Lascaux, um tesouro que não passava pela nossa imaginação", diz.

Caverna original tem diferentes "salas"

A caverna de Lascaux é relativamente pequena: o conjunto dos corredores não ultrapassa 250 m de comprimento, com um desnível de 30 m. A parte decorada corresponde ao nível superior, e a entrada atual é a mesma da Pré-História.

Para facilitar a descrição, a caverna foi dividida em zonas, denominadas salas ou corredores. Os nomes foram dados pelo historiador francês Henri Breuil, primeiro especialista a visitar o local, em 21 de Setembro de 1940.

A primeira parte é a Sala dos Touros ou Rotonda, de 17 m de comprimento por 6 m de largura e 7 m de altura. Ela se prolonga pelo Divertículo Axial, uma galeria mais estreita na mesma direção.

Depois da Sala dos Touros, à direita do Divertículo Axial, acede-se à Passagem, um corredor de 10 m. Após essa área, chega-se à Nave, outro corredor mais elevado, com cerca de 20 m. A Nave prossegue com uma parte não decorada, pois as paredes são pouco apropriadas, seguindo logo até o Divertículo dos Felinos, um estreito corredor de cerca de 20 m.

O Abside é uma sala redonda que se abre para o oeste, na confluência da Passagem e da Nave. Para finalizar, há o Poço, cujo acesso supõe uma descida de 4 a 5 m.

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