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Franceses votam nas primárias presidenciais de centro-direita

Começou hoje na França, às 8 horas locais (4h em Brasília), a votação do primeiro turno das primárias para escolher quem representará a centro-direita na eleição presidencial de 2017.

Os sete candidatos das primárias
Os sete candidatos das primárias REUTERS/Philippe Wojazer
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São sete aspirantes, sendo seis do partido Os Republicanos e um do Partido Cristão-Democrata. Segundo as pesquisas, a disputa ficará entre três pré-candidatos: o ex-primeiro-ministro Alain Juppé, atual prefeito da cidade de Bordeaux; o ex-presidente Nicolas Sarkozy; e o ex-primeiro-ministro e atual deputado François Fillon.

Os demais candidatos, os ex-ministros Bruno Le Maire, Natalhie Kosciusko-Morizet e Jean-François Copé, além de Jean-Frédéric Poisson, estão praticamente fora do segundo turno, que acontece no próximo dia 27.

Essas primárias ganharam importância especial porque as pesquisas indicam que o candidato de centro-direita terá grandes chances de chegar à presidência. Isso porque a esquerda, do atual presidente François Hollande, está dividida, e a extrema-direita, de Marine Le Pen, tem dificuldade de atingir mais da metade do eleitorado.

Plataforma para a vitória

Nesse contexto, faltando seis meses para a disputa definitiva, os conservadores contam que as primárias sirvam de plataforma de lançamento para o vitorioso, repetindo o que ocorreu em 2011, quando Hollande usou as prévias do partido como trampolim para se lançar e vencer o duelo pelo Palácio do Eliseu no ano seguinte.

Para isso, a centro-direita aposta em uma grande participação, superior aos 2,6 milhões de pessoas que votaram nas primárias da esquerda em 2011, única referência deste tipo na França.

Mas os conservadores reconhecem que é difícil estimar quantas pessoas irão às urnas. Podem votar todos os franceses maiores de 18 anos, desde que paguem uma contribuição de € 2 e assinem uma carta de adesão aos valores de centro-direita. O processo pode ser feito no dia do próprio voto, o que complica também as projeções de quem irá vencer a disputa interna entre os favoritos.

72 mil voluntários

Mais de 10.200 seções eleitorais estão preparadas para receber os cidadãos até as 19h (15h em Brasília). Os primeiros resultados provisórios devem sair por volta de uma hora depois do fechamento das urnas, segundo a organização.

Além disso, 72 mil voluntários foram mobilizados para organizar a apuração, que os conservadores precisam que ocorra sem problemas, quatro anos depois da eleição do presidente do partido, aberta a todos os militantes pela primeira vez, ter terminado em escândalo, com acusações de fraude entre Fillon e Jean-François Copé.

Os conservadores querem espantar o fantasma do momento crítico e apagar qualquer soma de dúvida sobre o resultado das primárias. Por isso, estabeleceram um firme sistema de vigilância e de fiscalização da apuração com os representantes dos sete candidatos.

Tom dos discursos

Prova da tensão que reina entre os postulantes, sobretudo os três favoritos, é que o tom dos discursos foi esquentando à medida que se aproxima a hora de votar. Os três encerraram suas campanhas com grandes comícios nos quais atacaram os rivais para tentar evidenciar as diferenças entre eles e ganhar votos de última hora.

Em Lille, Juppé, que as pesquisas colocavam na liderança isolada e que perdeu vantagem nos últimos dias, manteve seu perfil moderado e considerou como "irreais" as medidas propostas pelos adversários. Além disso, disse que os erros cometidos no passado são de responsabilidade de Sarkozy, então presidente, e Fillon, primeiro-ministro na mesma época.

Sarkozy, por sua vez, durante comício em Nîmes, voltou a se apresentar como o candidato da ruptura com as políticas atuais, acusou Fillon de querer elevar os impostos e Juppé de não representar uma mudança radical em relação ao governo de Hollande.

Fillon, que tem ganhado fôlego na reta, organizou um grande ato em Paris para anunciar uma surpresa. Ontem à noite, uma pesquisa do jornal Le Monde o colocava na primeira posição do primeiro turno das primárias, com 30% dos votos, um ponto a mais que Juppé e Sarkozy, que disputariam a possibilidade de seguir na disputa.

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