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França/terrorismo

Três anos depois, mistério sobre morte de jornalistas da RFI continua

Há exatos três anos, no dia 2 de novembro de 2013, os jornalistas da RFI Ghislaine Dupont et Claude Verlon foram assassinados em Kidal, no Mali, durante a cobertura das eleições legislativas no país. O crime foi reivindicado pela Al Quaeda no Magreb, mas nenhum responsável foi capturado até hoje e as circunstâncias do sequestro e da morte ainda não foram esclarecidas.

Os jornalistas da RFI mortos no Mali, Claude Verlon e Ghislaine Dupont
Os jornalistas da RFI mortos no Mali, Claude Verlon e Ghislaine Dupont RFI
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Em um comunicado, a associação dos amigos de Ghislaine Dupont et Claude Verlon denunciam um “silêncio de estado” e não acreditam nas promessas das autoridades, que sempre asseguraram estar fazendo o possível para punir os assassinos. Para a associação, o governo francês sabe quem matou os jornalistas, mas mantém a informação em segredo. As interrogações são muitas, como a frase do ministro da Defesa, Jean-Yves Le Drian, até hoje sem explicação: “eles foram traídos”.

Em um livro de entrevistas com o presidente francês, François Hollande, publicado em outubro, ele declara que o refém Serge Lazarevic, liberado em 2014, “foi detido sem dúvida pelos assassinos dos jornalistas”. Os amigos e parentes de Claude e Ghislaine se interrogam sobre o porquê das autoridades francesas sempre terem negado uma relação entre o drama de Kidal e as negociações com os reféns franceses detidos no Sahel.

Os familiares também pedem que as testemunhas identificadas sejam interrogadas, como por exemplo os responsáveis da Minusma, força da ONU encarregada da segurança em Kidal. Os suspeitos do crime morreram ou estão foragidos, o que complica ainda a mais a investigação.

O suposto mandante, Abdelkrim el-Targui, foi morto em maio de 2015 no extremo norte do país pelas forças especiais francesas, segundo o Ministério da Defesa. Outros integrantes do grupo que sequestraram e mataram os jornalistas, também teriam sucumbido nos combates com as Forças Armadas francesas.

Dos 20 suspeitos, seis foram liberados e muitos mortos, “práticas incompatíveis” na apuração da verdade, denunciam os familiares e o advogado da mãe de Ghislaine Dupont, Christophe Deltombe. “Quando todas as pessoas citadas no processo estiverem mortas, não haverá mais processo! Esse é meu medo. Existem as motivações, as razões desse sequestro e dessa execução.”

Dia contra Impunidade

Na última década, mais de 800 jornalistas foram assassinados – a média é de um morto por semana. Em nove dos dez casos, as mortes continuam sem punição. Em memória a Claude Verlon e Ghislaine Dupont e a todos os profissionais da imprensa vítimas de crimes do gênero, as Nações Unidas também adotaram 2 de novembro como o Dia pelo fim da Impunidade de crimes contra jornalistas.

 

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