Franceses investigam se corantes de guloseimas fazem mal à saúde
Para responder à pergunta, o ministério da Saúde francês está investigando se balas e outras tentações vendidas no país têm um corante à base de dióxido de titânio que pode fazer mal à saúde. Mais de 100 marcas estão na mira, como aponta o artigo publicado na coluna de consumo do jornal Le Parisien desta sexta-feira (28).
Publicado em: Modificado em:
A ONG Agir para o Meio Ambiente recorreu aos microscópios para analisar os ingredientes contidos em guloseimas, em geral escritos com letras minúsculas na etiqueta. A conclusão foi divulgada na quinta-feira (27): mais de cem marcas de balas, chicletes, chocolates e bolos fabricados industrialmente e destinados às crianças, contêm nanopartículas. As autoridades sanitárias estão avaliando os riscos do elemento para a saúde.
O que são nanopartículas?
Nanopartículas são substâncias microscópicas, utilizadas para dar uma textura mais agradável ao doce. Seus componentes são 50.000 vezes menores do que um fio de cabelo e costumam ser utilizados em filtros solares, têxteis e tintas de parede; as nanopartículas melhoram a textura ou a resistência dos produtos.
A ONG comparou quinze marcas vendidas em supermercados e fez uma descoberta preocupante: a presença constante nesses produtos de dióxido de titânio usado como corante alimentar, o E171. A IARC (International Agency for Research on Cancer) o classifica na categoria 2B (possivelmente carcinogênico para o ser humano), com risco de ter efeitos tóxicos sobre o DNA e as células. O jornal entrevista a coordenadora de campanhas da ONG, Magali Ringoot, que previne que "a presença do elemento pode aumentar o perigo, pois é capaz de penetrar nos intestinos, no cérebro e nos rins e se acumular no organismo".
Agora, o combate da ONG é conseguir que a substância seja proibida nos produtos alimentares destinados aos consumidores infantis.
Regulamentação das nanopartículas na França e Europa
A Associação Nacional das Indústrias Alimentares francesa (Ania) informa que a presença de nanopartículas não é proibida pelos regulamentos da França e da Europa. A própria Autoridade europeia de segurança alimentar (EFSA) indica que "o dióxido de titânio de qualidade alimentar não é considerado como um nanomaterial".
Diante das opiniões contrárias sobre esta questão da maior importância, o ministério da Saúde francês pediu à Agencia nacional de segurança sanitária da alimentação (Anses) que faça uma investigação a fim de avaliar os riscos da presença de nanopartículas nas guloseimas consumidas diariamente não só pelas crianças, mas pelos adultos também.
.
NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.
Me registro