Mais de 100 garimpos clandestinos são descobertos na Amazônia
Uma operação de sobrevoo no parque amazônico da Guiana constatou um aumento no número de garimpos ilegais na região fronteiriça. As autoridades locais criticam a falta de cooperação do Brasil e do Suriname na luta contra o minério ilegal de ouro.
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Segundo as autoridades do departamento ultramarino da França, 128 garimpos clandestinos foram identificados durante a operação realizada em julho, mas que só teve seus resultados divulgados agora. O sobrevoo constatou um aumento no número de minas ilegais com relação às buscas anteriores. Pelo menos 18 novos garimpos foram localizados desde março passado.
De acordo com Bérengère Blin, diretora-adjunta do parque, apesar das operações de luta contra a atividade ilegal, os garimpeiros se adaptam. “Há um fenômeno de disseminação. Quando um setor é desmantelado pelas autoridades, os garimpeiros se instalam em outra zona próxima. Eles se escondem, se dispersam, mas não desaparecem da floresta”, relatou.
A responsável pelo parque explicou que a única maneira de conter as ações ilegais seria bloqueando os caminhos usados pelos garimpeiros. No entanto, ela critica a falta de apoio dos países vizinhos. “No Brasil, o parque Tumuc Humac é totalmente desprotegido. Há apenas seis agentes concentrados no sul e nenhum ao longo do rio Oiapoque, na fronteira com a Guiana”.
A polêmica é levantada no momento em que a Guiana recebe a visita do ministro francês do Interior, Bernard Cazeneuve. O seu roteiro conta com uma escala em Maripasoula, vilarejo isolado entre o rio e a floresta, que faz parte do território do parque e onde 61 garimpos de ouro ilegais foram identificados.
Entre 500 e 700 oficiais franceses atuam na região em busca de garimpeiros clandestinos.
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