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Dalai Lama/França

Esnobado pelo governo francês, Dalai Lama será recebido por parlamentares

Depois de cinco anos de ausência, o Dalai Lama, líder espiritual tibetano, visita a França durante uma semana, a partir desta segunda-feira (12). Uma ida ao Senado está prevista, mas nada de encontros com o primeiro escalão, que não quer provocar a fúria de Pequim.

O Dalai Lama, em Bruxelas, 11/09/16.
O Dalai Lama, em Bruxelas, 11/09/16. REUTERS/Eric Vidal
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A agenda do líder budista, que vive no exílio na Índia desde 1959, vai ser carregada, com encontros em Paris e palestras com o grande público, em Estrasburgo, norte da França. Um seminário na Sciences Po, o prestigiado Instituto de Ciências Políticas, na capital francesa, foi cancelado sem explicações. Especialistas dizem que foi pressão do governo chinês.

Em entrevista ao jornal Le Monde, o chefe espiritual diz que prefere visitas sem solenidades. “Onde quer que eu vá, sempre digo que sou um ser humano, como qualquer outro”, declarou. Sabe-se que a ousadia de uma reunião de um chefe de Estado ou governo com Tensin Gyatso pode render meses de gelo diplomático chinês, diz o diário francês.

A fúria e as retaliações chinesas são impláveis

Em 2008, o então presidente francês Nicolas Sarkozy desistiu de um encontro e enviou a mulher, a cantora e ex-modelo Carla Bruni. Barack Obama desafiou Pequim, mas a recepção para o carismático budista foi nos apartamentos privativos da Casa Branca e não no simbólico e oficial Salão Oval.

Le Monde lembra ainda que o prefeito de Nantes em 2008, Marc Ayrault, recebeu o Dalai Lama com toda a pompa. A diplomacia francesa, hoje sob comando do mesmo Ayrault, se esquiva em 2016, dizendo tratar-se de uma “viagem pastoral, com dimensões religiosas, e por isso não haverá encontros com autoridades francesas”.

"Nacionalismo é coisa do passado"

Aos 81 anos, o 14° Dalai Lama, que viveu o massacre dos tibetanos e a ocupação chinesa, diz que “para sermos pragmáticos, não buscamos mais a independência”. Otimista assumido, acrescenta que “o apoio do povo é mais importante que os dos governos, que mudam de tempos em tempos”.

A respeito de visitar uma França marcada recentemente por ataques terroristas, o ex-líder político do Tibete diz que a situação “é triste, muito triste”. Para ele, não é um problema de resolução rápida. “É preciso inculcar uma noção de unidade da humanidade. Na verdade, o futuro de cada continente depende dos outros”, declarou o líder budista. “O sentimento nacionalista está ultrapassado”, afirma.
 

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