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Tradicional loja Galeries Lafayette realiza reforma milionária em Paris

 Um investimento de €100 milhões será destinado para reformar a maior loja de departamentos da Europa e a maior vitrine de marcas de prêt-à-porter do mundo. Trata-se da sede principal das famosas Galeries Lafayette, localizada no Boulevard Haussmann, no coração de Paris, ao lado do monumental edifício barroco do Ópera Garnier, no 9° distrito da capital francesa. O trabalho de renovação, que deverá durar cerca de dois anos, está previsto para começar no início de 2017.

A sede parisiense do grupo Galeries Lafayette, a maior loja de departamentos da Europa.
A sede parisiense do grupo Galeries Lafayette, a maior loja de departamentos da Europa. Reuters/Charles Platiau
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 São 60 mil metros quadrados e um lucro de € 2 bilhões apenas em 2015. A sede das Galeries Lafayette deverá ser inteiramente remodelada, seguindo o DNA estabelecido em 1912 pelos fundadores da marca, Théophile Bader e Alphonse Kahn, que convocaram então algumas estrelas da Belle Époque para criarem o espaço e o design da maior loja de departamentos do continente europeu.

Mais de 100 anos depois, a reforma ficará a cargo do premiado escritório de arquitetura inglês AL_A, incumbido de inventar a “Loja de Departamentos do Século 21”, segundo comunicado oficial da empresa. O desafio, segundo os arquitetos ingleses, é remodelar completamente o local, numa “metamorfose visionária” que seja capaz de fazer a ponte entre “tradição e modernidade”.

A sede localizada no Boulevard Haussmann, que concentra nada menos que metade do lucro total das Galeries Lafayette, será “o grande canteiro de obras da marca”, segundo o diretor-geral do grupo, Nicolas Houzé, em entrevista ao jornal Le Figaro. Mas os clientes de todos os lugares do mundo podem ficar tranquilos. “Não cogitamos fechar a loja sob nenhuma hipótese”, declarou Guillaume Houzé, diretor de imagem e de comunicação do grupo. “A reforma será feita aos poucos e tentaremos não mudar nada em termos de conforto para os clientes. Nosso objetivo é também reconquistar o público parisiense”, afirmou.

Nouveau Chic, um novo conceito para um novo século

As mudanças na comunicação da marca já são visíveis desde quarta-feira (10) no alto da sede parisiense das Galeries Lafayette. Escritas em letras pretas, numa fonte que imita o grafismo nascido nos códigos da street art, o grupo pretende inovar também na maneira de se comunicar com o público. Essa nova maneira de abordar os clientes vem “com a assinatura do Nouveau Chic”, segundo Guillaume Houzé.

“Queremos sair desta visão centrada unicamente sobre a moda para reposicionar a criação com um sentido maior, mais amplo”, apontou o diretor. “Somos uma grande loja de novidades, de eventos únicos e de experiências de compra felizes”, completou.

A renovação parecia iminente num momento em que as marcas vizinhas e principais concorrentes, respectivamente o Le Printemps, de proprietários do Qatar, e o Le Bon Marché, do grupo francês LVMH, acabam de passar por reformas colossais na reconquista do público consumidor de luxo em Paris. Segundo

Nicolas Houzé, a loja de departamentos deseja “subir o nível, sem deixar de oferecer as principais marcas da moda a preços acessíveis, além de conseguir administrar melhor os grandes fluxos ocasionais de turistas asiáticos”. “Melhorar cada vez mais a experiência de compra do consumidor é nosso principal objetivo”, resumiu.

Clientela estrangeira assegura vendas, mesmo com crise internacional

As vendas das Galeries Lafayette permaneceram estáveis no primeiro semestre do ano passado (€ 1,7 milhão) graças às margens de lucro da sede principal de Paris, movida pela clientela estrangeira, responsável por 50% das vendas.

Nem mesmo a diminuição da participação de russos e brasileiros nas compras – dois clientes preferenciais em volume da marca – parece ter atingido o lucro da loja, que foi favorecida pela volta da clientela americana, animada com a alta do dólar. Mas a rede francesa das Galeries Lafayette, que conta com 60 lojas em toda a França, sentiu a retração provocada pela crise econômica.

A principal clientela das Galeries Lafayette continua a ser, como sempre, os turistas chineses. Neste verão, por exemplo, nem mesmo a desaceleração da economia chinesa, o desabamento da Bolsa de Xangai e as desvalorizações consecutivas do yuan desestimularam os clientes chineses de fazerem suas compras no endereço Nouveau Chic do Boulevard Haussmann, em Paris.

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