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França

Sob alta segurança, católicos franceses celebram feriado religioso em Lourdes

Milhares de católicos se dirigiram nesta segunda-feira (15) ao santuário de Lourdes, no sul da França, para celebrar a Assunção de Maria. As comemorações do feriado religioso aconteceram sob alta segurança, devido ao contexto de ameaça terrorista.

Cerca de 500 policiais e militares foram convocados para a operação de segurança durante as comemorações do feriado de Assunção no santuário de Lourdes, no sul da França, nesta segunda-feira (15).
Cerca de 500 policiais e militares foram convocados para a operação de segurança durante as comemorações do feriado de Assunção no santuário de Lourdes, no sul da França, nesta segunda-feira (15). Pascal Pavani/AFP
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No início da manhã, uma multidão de fiéis, alguns deles carregando os símbolos de diferentes dioceses, já se preparavam para a primeira missa, sob um calor de mais de 30°C. Cerca de 500 policiais e militares patrulhavam o local, após a implementação de um importante dispositivo, depois do massacre de 14 de julho em Nice, que deixou 85 mortos, e o assassinato em 26 de julho do padre Jacques Hamel, de 85 anos, degolado em uma igreja da Normandia.

A missa ao ar livre, organizada em um grande espaço fora do santuário, comemorou a Assunção que, segundo o dogma católico, celebra a subida ao céu da Virgem Maria. O cardeal e arcebispo de Lyon, Philippe Barbarin, uma das personalidades mais influentes da Igreja francesa, presidiu a cerimônia, cujo tema central foi a misericórdia. Durante o sermão, o religioso disse estar pensando "na França, atingida por tanto sofrimento nos últimos meses desde janeiro de 2015 e abalada cruelmente novamente no mês passado".

O presidente da Conferência Episcopal, Georges Pontier, convocou os fiéis a "rezar pela França" e as igrejas a soarem os sinos ao meio-dia. Os fiéis também foram convocados a "se reunir" e a "acender velas" em homenagem ao padre Jacques Hamel.

O diretor de comunicação da Conferência Episcopal da França, Vincent Neymon, destacou que a celebração acontece em um "contexto difícil" e sob "tensão no país". No entanto, para ele, a data não deve ter uma conotação política, já que o dia de Assunção é "um momento de reunião".

"Nosso país é o alvo do terrorismo"

Outra tradicional cerimônia do feriado, realizada na gruta de Massabielle, onde, segundo a igreja católica, a virgem se apresentou à pastora Bernadette Soubirous em 1858, "tem um tom particular neste ano", disse Nicolas Brouwet, bispo de Tarbes-Lourdes. "No fundo, nós percebemos que nosso país é o alvo do terrorismo, não apenas a igreja católica."

Além das celebrações religiosas, muitos eventos foram realizados para comemorar a Assunção em toda a França. A celebração também inclui missas, festas religiosas e fogos de artifício; alguns deles foram cancelados por motivos de segurança.

Na Normandia, o arcebispo de Rouen, Dominique Lebrun, lembrou o padre morto durante a cerimônia. "A França atravessa desafios, nossa diocese atravessa desafios", declarou, pedindo aos fiéis para que lutem contra a tentação de ignorar a fraternidade e ceder à ira contra os muçulmanos.

Um estudo, realizado pelo Instituto Francês da Opinião Pública (Ifop) e publicado no último fim de semana pelo jornal Le Monde, mostrou que a maioria dos católicos praticantes na França acredita que a presença dos muçulmanos “é uma ameaça para identidade do país".

Hollande se reunirá com papa Francisco

O presidente francês, François Hollande, será recebido na quarta-feira (17) no Vaticano pelo papa Francisco para falar, entre outros temas, das consequências do assassinato de Jacques Hamel. O anúncio foi feito nesta segunda-feira pela presidência francesa.

No dia do assassinato do padre, o chefe de Estado já havia conversado com o sumo pontífice por telefone. Na ocasião, segundo o Palácio do Eliseu, Hollande prometeu ao papa que "tudo será feito" para proteger as igrejas e declarou que "quando um religioso é atacado, a França inteira é ferida".

(Com informações da AFP)

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