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Imprensa

Le Figaro pede medidas antiterroristas drásticas após atentado em igreja

O novo atentado na França contra uma igreja, que deixou um padre morto, é o principal destaque da imprensa francesa desta quarta-feira (27). A foto do Padre Jacques Hamel, de 86 anos, degolado na terça-feira (26) por dois terroristas do grupo Estado Islâmico, está estampada na primeira página de quase todos os jornais, a começar pelo católico La Croix. Fazendo coro à oposição conservadora, alguns diários, como Le Figaro, pedem ao governo medidas antiterroristas mais drásticas.

Capa dos jornais franceses desta quarta-feira, 27 de julho de 2016.
Capa dos jornais franceses desta quarta-feira, 27 de julho de 2016.
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O religioso foi assassinado ontem de manhã durante a missa que celebrava na pequena cidade de Saint-Etienne-du-Rouvray, perto de Rouen, na Normandia. La Croix diz que os cristãos sabem que são alvo do movimento ultrarradical islâmico.

"Assassinado pelos bárbaros" é a manchete do Le Figaro. O diário lembra que há poucos meses notícias sobre padres degolados em igrejas vinham de longe, de Mossul ou Bagdá, mas que agora essa cena de horror acontece na França. Doze dias depois do massacre de Nice, o "grupo Estado Islâmico continua seu sinistro projeto de transformar o mundo em um sangrento teatro de guerra", afirma o editorial, que lembra as raízes católicas da França. Cada vilarejo do país tem uma igreja, lugar de reunião dos fiéis, mas também símbolo da paisagem nacional. "Não são só os católicos, mas toda a França" que o grupo Estados Islâmico ataca mais uma vez, salienta o texto.

Dando espaço para as críticas da direita contra o governo socialista, o jornal conservador ressalta que Nicolas Sarkozy, líder do partido Os Republicanos, pede ao executivo para adotar todas as medidas antiterroristas propostas pela direita, entre elas a detenção de todos os fichados como islamitas radicais e terrorismo. "Vivemos uma guerra e temos que ser impiedosos", defende o ex-presidente. "O governo tem que reagir adotando o arsenal político, militar e judiciário para defender os cidadãos", concorda Le Figaro, lamentado que o governo não pretenda endurecer a legislação.

União nacional em perigo

Les Echos diz que, face a este novo ato de barbárie do Estado Islâmico, o presidente francês garantiu ao papa Francisco que tudo será feito para proteger as igrejas e o locais de culto na França. "Uma missão quase impossível", acredita o diário. "Quase impossível também é o pedido de François Hollande de união nacional", reforça Les Echos.

Desde o atentado de Nice e a polêmica levantada pela direita sobre o fraco esquema de segurança montado para proteger os participantes da festa Nacional no Passeio dos Ingleses o governo é alvo de duras críticas. Les Echos também cita o ex-presidente Sarkozy, para quem "a ação do governo contra o terrorismo é incompleta."

Os valores republicanos têm que ser respeitados

"Martirizado" é a manchete do Aujourd'hui en France. Um novo nível do horror foi atingido, avalia o jornal. Um dos agressores que assassinou o padre Jacques Hamel era fichado pela Justiça como terrorista, tinha uma tornozeleira eletrônica, mas isso não impediu o ataque. O editorial diz que os franceses resistem ao espírito de vingança.

Apesar da tentação de uma resposta radical, "defender os valores e as instituições republicanas continua sendo a única saída para não cair na armadilha perversa do grupo Estado Islâmico, que sonha com uma guerra de religiões", argumenta Aujourd'hui en France. Libération concorda. "Não ceder" (à estratégia de guerra civil do movimento jihadista) é a manchete do jornal progressista.

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