Acessar o conteúdo principal
França

Premiê francês é vaiado durante minuto de silêncio em Nice

A França realizou nesta segunda-feira (18) um minuto de silêncio em homenagem às 84 vítimas fatais do atentado de 14 de julho em Nice. A cerimônia foi marcada por vaias e insultos contra o primeiro-ministro francês, Manuel Valls. 

O primeiro-ministro francês, Manuel Valls (centro), com o presidente da região Provence Alpes Côte d'Azur (PACA), Christian Estrosi e o príncipe Albert II de Mônaco durante homenagem às vítimas em Nice.
O primeiro-ministro francês, Manuel Valls (centro), com o presidente da região Provence Alpes Côte d'Azur (PACA), Christian Estrosi e o príncipe Albert II de Mônaco durante homenagem às vítimas em Nice. REUTERS/Pascal Rossignol
Publicidade

Uma verdadeira maré humana invadiu o local e os arredores para participar da cerimônia. Cerca de 42 mil pessoas participaram da homenagem. A população não hesitou em expressar sua revolta contra o governo, a quem atribui a responsabilidade pelo ataque.

Antes do início do silêncio, o primeiro-ministro Manuel Valls foi vaiado por alguns manifestantes. "Assassinos! Renúncia!", gritaram dezenas de pessoas em direção à delegação do governo liderada por Valls. O premiê estava acompanhado pelo presidente da região Provença, Alpes e Côte d'Azur, Christian Estrosi, pela ministra da Saúde, Marisol Touraine, pelo príncipe Albert de Mônaco e o capitão da seleção francesa de futebol Hugo Lloris, natural de Nice.

O minuto de silêncio foi quebrado por uma salva de palmas. Em seguida, todos cantaram a Marselhesa, o hino nacional da França.

No final da homenagem, quando representantes do governo se retiraram do local, a multidão voltou a vaiá-los. Em uma reação contrária, os participantes do minuto de silêncio aplaudiram policiais e bombeiros e gritaram palavras de agradecimento pelo desempenho na noite e nas investigações do 14 de Julho.

Já o presidente francês, François Hollande, realizou a homenagem na sede do ministério do Interior, em Paris, junto ao ministro Bernard Cazeneuve. Além deles, quase 350 funcionários do ministério observaram o minuto de silêncio.

Por todo o pais, foi respeitado um minuto de silêncio pelas vítimas, no terceiro e ultimo dia do luto nacional estabelecido apos o ataque.

População está revoltada

Nos arredores do Passeio dos Ingleses, a população discutia e expressava sua revolta à imprensa. "Estamos indignados, essas crianças não deveriam ter morrido. Estamos cansados de pagar impostos e morrer de fome", declarou a francesa Laurence. "Não temos dinheiro para tirar férias e quando vamos assistir aos fogos de artifício do 14 de Julho, que é o único programa gratuito, somos assassinados. Não havia policiais!", diz a moradora de Nice.

"Estamos aborrecidos. Neste dia de recolhimento, precisamos dizer o que há a ser dito", diz uma outra moradora de Nice, Karima.

Desde sexta-feira (15), pessoas deixam flores e mensagens no local. Durante todo o fim de semana, milhares de pessoas prestaram homenagens às vítimas no Passeio dos Ingleses.

Michaël foi ao local com a mulher, o filho e a sogra. Como muitos, escreveu uma mensagem e deixou uma bandeira da França em meio às flores. "É complicado escrever alguma coisa que faça sentido, tudo parece tão irreal. A única coisa que podemos fazer é rezar", conclui.

Investigações continuam

A polícia francesa segue investigando as motivações de Mohamed Lahouaij-Bouhlel, autor do atentado que deixou 84 mortos e 18 feridos. O que se sabe até agora é que ele preparou o massacre e pelo menos seis pessoas foram detidas para averiguar se o terrorista agiu sozinho ou se tinha cúmplices.

O grupo Estado Islâmico reivindicou o ataque no sábado (16). No entanto, os investigadores não conseguiram estabelecer, até agora, nenhuma ligação de Bouhel com os jihadistas.

 

NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.

Acompanhe todas as notícias internacionais baixando o aplicativo da RFI

Compartilhar :
Página não encontrada

O conteúdo ao qual você tenta acessar não existe ou não está mais disponível.