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Terrorismo

Atentado de Nice abala ainda mais turismo na França

Depois de meses difíceis para o turismo em Paris, a Riviera Francesa deve ser a próxima a sofrer as consequências do terrorismo. Em todo o país, o setor sofreu uma queda de 5,8% desde o mês de janeiro.

Praia perto do Passeio dos Ingleses, onde ocorreu o atentado que deixou 84 mortos em Nice, na última quinta-feira (14).
Praia perto do Passeio dos Ingleses, onde ocorreu o atentado que deixou 84 mortos em Nice, na última quinta-feira (14). REUTERS/Eric Gaillard
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Agências de turismo já começaram a sentir os efeitos do atentado na sexta-feira (15), um dia após o ataque que deixou 84 mortos e mais de 200 feridos em Nice. Na Côte d'Azur, 20% das reservas de hotéis foram canceladas em apenas quatro dias. Alguns estabelecimentos já apontam 40% de anulações das estadias. De acordo com o Comitê Regional de Turismo, são especialmente turistas franceses que desistiram de ir ao litoral sul da França.

Se o dado for considerado em todo o território, os japoneses são os mais receosos em viajar à França devido ao contexto do terrorismo. De janeiro a abril deste ano, cerca de 50% dos turistas provenientes do Japão desistiram de vir ao país.

A capital francesa também sofre as consequências do atentado de Nice. Segundo o diretor-geral do hotel Plaza Athénée, "o telefone não para de tocar desde sexta-feira". Clientes, principalmente norte-americanos, estão desistindo de vir à Paris neste verão, depois do massacre no Passeio dos Ingleses. 

Desde o início do ano, o setor sofreu uma queda de 11% na capital francesa.

França perde concorrência para outros destinos turísticos

Até então, o interior e o litoral do país não eram atingidos pelo problema e a região da Provença e da Côte d’Azur se mostravam como uma alternativa aos turistas que desejavam vir à França. Mas o atentado em Nice mudou esse cenário, aponta Philippe Gauguier do escritório de turismo In Extenso. "Não apenas Paris, mas a França inteira vai passar por um período complicado, com dúvidas e incertezas que a colocarão em concorrência com outras destinações", avalia.

É o caso da Espanha e de Portugal, que devem bater recorde de turistas este ano, preveem agências. As ilhas Baleares (Maiorca, Menorca, Cabrera e Ibiza) chegam a sofrer com a vinda em massa de viajantes em busca de sol, praia e segurança.

Diante das previsões pessimistas, muitas agências de turismo oferecem promoções durante o período do verão na França. Mas, ao que tudo indica, apenas a diminuição nas tarifas pode não convencer. "Esperamos que uma nova campanha de comunicação seja feita rapidamente pelo governo, para tranquilizar os turistas", preconiza Hervé Becam, vice-presidente da União das Profissões e Indústrias da Hotelaria (Umih, sigla em francês).

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