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França

Hollande anuncia fim do estado de emergência na França

Em entrevista à televisão francesa nesta quinta-feira (14), o presidente François Hollande, anunciou que o estado de emergência, adotado depois dos atentados de 13 de novembro em Paris, não será renovado. O período será finalizado no dia 26 de julho.

O presidente francês, François Hollande, durante entrevista às emissoras TF1 e France 2 nesta quinta-feira (14).
O presidente francês, François Hollande, durante entrevista às emissoras TF1 e France 2 nesta quinta-feira (14). REUTERS/Francois Mori/Pool
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"O estado de emergência, que eu considerei que deveria ser prolongado até o momento em que poderíamos ter certeza de que a lei poderia nos dar meios de prevenir a ameaça terrorista com eficácia (...), não será renovado depois do 26 de julho", data em que vence o período em vigor.

Sobre o combate ao terrorismo, Hollande anunciou o envio de mais soldados franceses à coalizão que luta contra o grupo Estado Islâmico na Síria e no Iraque, além da transferência do porta-aviões Charles de Gaulle ao Oriente Médio no segundo semestre deste ano.

França "vai melhor", diz Hollande

Na tradicional entrevista do 14 de Julho, a festa nacional da França, o chefe de Estado respondeu a perguntas do jornalista da emissora TF1, David Pujadas, e da France 2, Gilles Bouleau. "Tudo vai melhor na França", declarou.

Batendo recordes de impopularidade, o presidente defendeu com veemência seu governo, mas não revelou se será candidato à reeleição. Hollande não deixou de dar um puxão de orelha em seu ministro da Economia, Emmanuel Macron, em conflito com o governo por ter criado um movimento político paralelo, sem o aval do primeiro-ministro francês, Manuel Valls. "Respeitar as regras é ficar no governo. Não respeitá-las é não ficar", ameaçou.

Presidente se diz otimista

A leve retomada da economia francesa inspira o presidente, que se diz otimista. Sobre a promessa de economia em € 50 milhões de gastos públicos, o chefe de Estado revelou que apenas € 46 milhões serão poupados. "Mas quem vai me criticar por aumentar o investimento em segurança depois dos atentados de 2015?", se defendeu.

Interrogado sobre a polêmica do salário de seu cabeleireiro particular, de € 10 mil por mês - escândalo revelado na quarta-feira (13) pelo jornal francês Canard Enchaîné -, Hollande se esquivou. Ele lembrou que, desde 2012, diminuiu os gastos da presidência, inclusive seu próprio salário. "E vêm me criticar sobre isso!", exclamou.

Já sobre sua principal promessa de campanha, a inversão da curva do desemprego, Hollande garantiu que o índice diminuirá até o fim do ano, mas permanecerá "ainda muito alto". "Isso quer dizer que será preciso continuar a política que eu comecei."

A polêmica reforma trabalhista, que será votada novamente na próxima semana na Assembleia francesa, também foi abordada na entrevista. Segundo o chefe de Estado, ela será adotada "conforme [seus] valores". "Sempre fui um homem de esquerda", respondeu sobre seus opositores que pretendem continuar o forte movimento de contestação social na volta das férias, em setembro.

Brexit vai melhorar relação da UE com o Reino Unido

Hollande lembrou a posição francesa sobre a saída do Reino Unido da União Europeia, depois do referendo sobre o Brexit. A França defende o início imediato dos procedimentos de retirada do país do bloco. "Quanto mais cedo a primeira-ministra Theresa May começar os trabalhos (...), melhor será a futura relação entre a Europa e o Reino Unido e até mesmo nossa própria situação", disse.

O presidente francês participa na próxima semana de uma viagem pela Europa para discutir o futuro do bloco sem o Reino Unido. Ela irá a Portugal, Irlanda, Áustria, República Tcheca e Eslováquia. Um encontro entre Hollande, a chanceler alemã, Angela Merkel, e o primeiro-ministro italiano, Matteo Renzi, foi confirmado para o final de agosto.

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