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Vestibular/França

Com tradição de 200 anos, vestibular francês acontece esta semana

O Baccalauréat (Bac), equivalente francês do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM), acontece esta semana em toda a França. As provas de entrada na universidade começaram no dia 15 a vão até o dia 22 de junho. São seis dias de exames, em que estudantes franceses se prepararam por três anos para passar.

Napoleão criou o sistema atual de vestibular francês.
Napoleão criou o sistema atual de vestibular francês. FREDERICK FLORIN / AFP
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Reportagem de Sarah Bazin

Segundo as estatísticas do Ministério da Educação francês, em 2015, 703.500 mil estudantes postularam para fazer a prova, o que representa mais de 77% do efetivo de alunos no último ano escolar. Além disso, a cada ano crescem o número de mulheres que fazem a prova, e elas são hoje maioria. A prova também é realizada no exterior, com 14.699 candidatos no ano passado.

No Brasil, no mesmo ano, quase oito milhões de estudantes se inscreveram para fazer o ENEM, um número muito superior ao francês. O exame brasileiro é o maior do mundo em contingente de alunos, perdendo apenas para a prova da China.

Modelo atual foi criado por Napoleão

Ao contrário da prova brasileira, que substituiu o antigo vestibular no ano de 2009, a francesa existe desde 1808, tendo mais de 200 anos de tradição. O modelo existente hoje foi instaurado pelo imperador Napoleão 1°, no início do século 19, mas as provas surgiram bem antes, durante a Idade Média, quando foi fundada a Universidade de Paris.

O processo acabou durante a Revolução Francesa e, alguns anos depois, Napoleão criou o novo modelo, que separou a educação da igreja e a colocou nas mãos do Estado.

Estudar durante a Eurocopa

Esse ano os estudantes franceses não tiveram muita sorte com as datas em que o exame caiu. As provas foram marcadas no meio dos jogos da Eurocopa, que começou sexta passada (10), e também no dia da Festa da Música (21), um momento tradicional de shows musicais por todo o país.

Emeline Colledani, 17 anos, estudante que passa agora o Bac, diz que foi muito difícil revisar nesse período tão festivo no país. “Mas, pessoalmente, eu confesso que reviso olhando um pouco os jogos.” Na última quarta-feira (15), a seleção francesa jogou contra a Armênia e Emeline diz que quase deixou os estudos de lado para assistir à partida, “eu revisava os conflitos no Oriente Médio e os mapas de geografia enquanto assistia ao jogo”.

Incentivo ao estudante vem também da companhia nacional de trens

Ela ainda conta que costuma estudar uma média de cinco horas por dia nesse período pré-provas. Mas durante o ano letivo da Terminale (o Terceirão francês), além das aulas ela também contava com grande ajuda da parte de seus professores. “Em geral, na minha escola, nós alunos somos muito próximos de nossos professores e muitos deles me ajudaram a melhorar minha forma de estudar”, disse.

O Bac é tão importante para a formação francesa, que nos dias das provas até a empresa nacional de trens, a SNCF, faz uma campanha nas estações para ajudar os estudantes. Os agentes entregam aos alunos folhetos com mapa e nomes das ruas para quem não é da região e também distribuem madeleines, bolinhos tradicionais franceses, para encorajar quem vai passar horas fazendo provas.
 

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