Manifestantes jogam ovos no ministro da Economia francês

Manifestantes atiraram ovos nesta segunda-feira (6) no ministro francês da Economia, Emmanuel Macron. Para uma parte da esquerda, Macron representa a virada liberal do governo socialista no poder. O ministro está por trás de reformas progressistas, entre elas a polêmica reforma da lei do trabalho, atualmente em tramitação no Senado.

O ministro da Economia francês, Emmanuel Macron. REUTERS/Robert Pratta

O ministro foi atacado por opositores da reforma trabalhista durante uma visita a Montreuil, ao leste de Paris, cidade de administração comunista. O projeto de lei está no centro de uma disputada acirrada, há mais de três meses, entre sindicalistas e governo. Além dos ovos, os manifestaram gritaram "Saia daqui" ao ministro. "Eu não estou falando de uma lei com ovos e um pedaço de pau", respondeu Macron, denunciando a "violência" e "agressividade" dos manifestantes.

Ex-banqueiro, Macron, que é formado em Filosofia e na elitista Escola Nacional de Administração (ENA), teve uma carreira incomum. Protegido do presidente François Hollande, juntou-se ao governo em 2014 sem ser membro do Partido Socialista, nem nunca ter exercido um mandato eletivo.

Macron visé par des oeufs à Montreuil par 20Minutes

No início de abril, o ministro, de 38 anos, surpreendeu ao lançar um movimento político chamado de "En marche!" (Em marcha), descrito como "nem de direita nem de esquerda", alimentando dúvidas sobre suas ambições para a eleição presidencial de 2017.

Em 22 de maio, 34% dos franceses consideravam que ele seria um bom presidente, mas recentes polêmicas mancharam a sua imagem. Um vídeo circulando na internet mostra uma discussão entre o ministro e dois militantes hostis à reforma trabalhista aos quais ele explica que "a melhor maneira de pagar por um terno, é trabalhando".

A imprensa também revelou que os serviços fiscais reavaliaram seu patrimônio, levando-o a pagar um imposto sobre a fortuna retroativamente a 2013 e 2014.

Macron também gera curiosidade em relação a sua vida privada. Ele é casado com Brigitte Trogneux, sua ex-professora de francês no ensino médio. Ela é 24 anos mais velha do que o ministro.