Orlando Luz encerra carreira de juvenil em Roland Garros como vice-campeão de duplas
A derrota na final do torneio de duplas na manhã deste domingo (5) não tirou o brilho do encerramento da carreira juvenil do gaúcho Orlando Luz no saibro parisiense. Ele se despediu com o título de vice-campeão e se juntou a um seleto grupo de brasileiros que deixou Roland Garros com uma recompensa nas mãos.
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“É uma emoção muito grande, independentemente de ter perdido. Fico muito feliz de ter jogado uma final de Roland Garros. Era o meu último ano no juvenil e não tinha feito nenhuma final ainda. Tinha feito duas semifinais com 16 anos. Ficou aquele gostinho de quero mais”, afirmou.
O gaúcho de 18 anos, que já ergueu o troféu de campeão juvenil de duplas de Wimbledon, em 2014, deixou a quadra com um desejo: imortalizar seu feito com uma foto ao lado de Gustavo Kuerten, tricampeão de Roland Garros (1997, 2000 e 2001) e de Marcelo Melo, vencedor do torneio de duplas em 2015.
“Foi uma boa despedida. Levar o troféu de Roland Garros, que é meu torneio favorito, disparado, até pela nossa história dentro dessas quadras por causa do Guga. O Melo ganhou aqui no ano passado. É uma coisa muito legal eu também poder levar um troféu. Espero poder tirar uma foto com o Guga, o Marcelo e nossos troféus, mesmo que o meu seja de vice”, brincou.
Orlando Luz escolheu o sul-coreano Yunseong Chung para disputar o torneio de duplas juvenil e a parceria inédita deu certo até a fase final. Depois de eliminarem a dupla canadense cabeça-de-chave do torneio na segunda rodada, Luz e Chung mostraram entrosamento em quadra.
Mas, na final, caíram diante de outra dupla que não estava entre as favoritas, o israelense Yshai Oliel e o tcheco Patrik Rikl. No primeiro set, o brasileiro e o sul-coreano jogaram mal, com muitos erros e perderam por 6/3. No set seguinte, Oliel e Rikl abriram 5/2 obrigando Orlandinho e Chung se tornarem mais agressivos para esboçar uma reação. Eles quebraram o serviço dos adversários, mas não o suficiente para inverter o placar. Ao fechar o set em 6/4 e a partida em 2 sets a 0, a dupla israelo-tcheca ficou com o título.
“No começo, a gente estava muito conservador, e depois que comecei a sair mais para o jogo, com algumas paralelas, sacando um pouco melhor, a gente começou a subir no jogo. Tivemos chances de quebrar, infelizmente o adversário sacou bem e eu também errei. Eles tiveram mérito, fizeram um bom torneio. A vida de tenista é assim. Perde em uma semana e na outra pode ganhar. Tenho que continuar trabalhando.”
De Paris, Orlandinho vai para a Itália disputar uma competição. O último torneio de juvenil na carreira poderá ser o US Open, mas ele ainda está avaliando a decisão. O gaúcho pretende agora se dedicar à carreira profissional para poder voltar ao saibro parisiense no ano que vem e tentar disputar ao menos o qualifying.
“Por mim, jogava todo ano esse torneio. Vou trabalhar bastante para ter ranking para poder voltar para cá de novo. Sou o 700° do mundo e para entrar no qualifying tem que estar entre os 250. Tenho que correr bastante ainda”, admitiu.
Reações
Orlando Luz contou com uma pequena mas vibrante torcida brasileira nas arquibancadas e teve seu jogo avaliado também pelo treinador Luiz Peniza. Apesar da derrota, o técnico mostrou satisfação com o desempenho do atleta.
"É uma honra terminar uma carreira juvenil, onde ele teve um bom desempenho e uma excelente carreira, coroada com um vice-campeonato de duplas em Roland Garros. É sempre válido", destacou Peniza.
“Neste último ano, ele vem progredindo em várias coisas no contexto geral. Está sacando melhor e tentando jogar de maneira mais agressiva, principalmente com a direita, que é um ponto forte que ele tem. Ele tem que tentar uma solidez geral em todo o jogo dele. Com o tempo e a maturidade, ele tem condições de ser um grande jogador”, avaliou.
“A carreira juvenil permite isso, poder jogar em Roland Garros, onde nosso maior tenista já ganhou três vezes. Isso é muito motivante para eles e acaba alavancando o restante da carreira como um todo”, concluiu Peniza.
Balanço positivo
Depois de acompanhar a final de Orlando Luz, o presidente da Confederação Brasileira de Tênis (CBT), Jorge Lacerda, fez um balanço positivo da participação verde-amarela neste ano no Aberto da França.
“O Orlando já vem jogando bem nos últimos três anos em Roland Garros e agora nesse último ano como juvenil. A gente viu que no final eles quase buscaram o jogo. O Marcelo (Melo) perdeu nas semifinais em um jogo dificílimo para a dupla que foi campeã. O Bellucci teve uma primeira rodada difícil contra o (Richard) Gasquet. Tivemos este ano o Rogerinho direto na chave. A Teliana jogou muito bem com a Serena Williams. O resultado foi bom para o Brasil”, resumiu.
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