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França/Tênis

Orlando Luz encerra carreira de juvenil em Roland Garros como vice-campeão de duplas

A derrota na final do torneio de duplas na manhã deste domingo (5) não tirou o brilho do encerramento da carreira juvenil do gaúcho Orlando Luz no saibro parisiense. Ele se despediu com o título de vice-campeão e se juntou a um seleto grupo de brasileiros que deixou Roland Garros com uma recompensa nas mãos.

Técnico Luiz Peniza e Orlando Luz, vice-campeão juvenil de duplas em Roland Garros, neste domingo, 5 de junho de 2016.
Técnico Luiz Peniza e Orlando Luz, vice-campeão juvenil de duplas em Roland Garros, neste domingo, 5 de junho de 2016. RFI Brasil/Elcio Ramalho
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“É uma emoção muito grande, independentemente de ter perdido. Fico muito feliz de ter jogado uma final de Roland Garros. Era o meu último ano no juvenil e não tinha feito nenhuma final ainda. Tinha feito duas semifinais com 16 anos. Ficou aquele gostinho de quero mais”, afirmou.

O gaúcho de 18 anos, que já ergueu o troféu de campeão juvenil de duplas de Wimbledon, em 2014, deixou a quadra com um desejo: imortalizar seu feito com uma foto ao lado de Gustavo Kuerten, tricampeão de Roland Garros (1997, 2000 e 2001) e de Marcelo Melo, vencedor do torneio de duplas em 2015.

“Foi uma boa despedida. Levar o troféu de Roland Garros, que é meu torneio favorito, disparado, até pela nossa história dentro dessas quadras por causa do Guga. O Melo ganhou aqui no ano passado. É uma coisa muito legal eu também poder levar um troféu. Espero poder tirar uma foto com o Guga, o Marcelo e nossos troféus, mesmo que o meu seja de vice”, brincou.

Orlando Luz escolheu o sul-coreano Yunseong Chung para disputar o torneio de duplas juvenil e a parceria inédita deu certo até a fase final. Depois de eliminarem a dupla canadense cabeça-de-chave do torneio na segunda rodada, Luz e Chung mostraram entrosamento em quadra.

Orlando Luz e o sul-coreano Yunseong Chung com o troféu de vice-campeões do torneio juvenil de duplas de Roland Garros.
Orlando Luz e o sul-coreano Yunseong Chung com o troféu de vice-campeões do torneio juvenil de duplas de Roland Garros. Pierre RENE-WORMS

Mas, na final, caíram diante de outra dupla que não estava entre as favoritas, o israelense Yshai Oliel e o tcheco Patrik Rikl. No primeiro set, o brasileiro e o sul-coreano jogaram mal, com muitos erros e perderam por 6/3. No set seguinte, Oliel e Rikl abriram 5/2 obrigando Orlandinho e Chung se tornarem mais agressivos para esboçar uma reação. Eles quebraram o serviço dos adversários, mas não o suficiente para inverter o placar. Ao fechar o set em 6/4 e a partida em 2 sets a 0, a dupla israelo-tcheca ficou com o título.

“No começo, a gente estava muito conservador, e depois que comecei a sair mais para o jogo, com algumas paralelas, sacando um pouco melhor, a gente começou a subir no jogo. Tivemos chances de quebrar, infelizmente o adversário sacou bem e eu também errei. Eles tiveram mérito, fizeram um bom torneio. A vida de tenista é assim. Perde em uma semana e na outra pode ganhar. Tenho que continuar trabalhando.”

De Paris, Orlandinho vai para a Itália disputar uma competição. O último torneio de juvenil na carreira poderá ser o US Open, mas ele ainda está avaliando a decisão. O gaúcho pretende agora se dedicar à carreira profissional para poder voltar ao saibro parisiense no ano que vem e tentar disputar ao menos o qualifying.

“Por mim, jogava todo ano esse torneio. Vou trabalhar bastante para ter ranking para poder voltar para cá de novo. Sou o 700° do mundo e para entrar no qualifying tem que estar entre os 250. Tenho que correr bastante ainda”, admitiu.

Reações

Orlando Luz contou com uma pequena mas vibrante torcida brasileira nas arquibancadas e teve seu jogo avaliado também pelo treinador Luiz Peniza. Apesar da derrota, o técnico mostrou satisfação com o desempenho do atleta.

"É uma honra terminar uma carreira juvenil, onde ele teve um bom desempenho e uma excelente carreira, coroada com um vice-campeonato de duplas em Roland Garros. É sempre válido", destacou Peniza.

“Neste último ano, ele vem progredindo em várias coisas no contexto geral. Está sacando melhor e tentando jogar de maneira mais agressiva, principalmente com a direita, que é um ponto forte que ele tem. Ele tem que tentar uma solidez geral em todo o jogo dele. Com o tempo e a maturidade, ele tem condições de ser um grande jogador”, avaliou.

“A carreira juvenil permite isso, poder jogar em Roland Garros, onde nosso maior tenista já ganhou três vezes. Isso é muito motivante para eles e acaba alavancando o restante da carreira como um todo”, concluiu Peniza.

Orlando Luz cercado da torcida brasileira em Roland Garros
Orlando Luz cercado da torcida brasileira em Roland Garros RFI

Balanço positivo

Depois de acompanhar a final de Orlando Luz, o presidente da Confederação Brasileira de Tênis (CBT), Jorge Lacerda, fez um balanço positivo da participação verde-amarela neste ano no Aberto da França.

“O Orlando já vem jogando bem nos últimos três anos em Roland Garros e agora nesse último ano como juvenil. A gente viu que no final eles quase buscaram o jogo. O Marcelo (Melo) perdeu nas semifinais em um jogo dificílimo para a dupla que foi campeã. O Bellucci teve uma primeira rodada difícil contra o (Richard) Gasquet. Tivemos este ano o Rogerinho direto na chave. A Teliana jogou muito bem com a Serena Williams. O resultado foi bom para o Brasil”, resumiu.
 

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