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França/Greve

Jornais pedem fim da violência e do impasse na reforma trabalhista

As cenas de violência durante as manifestações contra a reforma trabalhista estão estampadas nas manchetes dos principais jornais franceses desta sexta-feira (26).

Trabalhadores bloqueiam o porto de Saint-Nazaire, no dia 24 de maio.
Trabalhadores bloqueiam o porto de Saint-Nazaire, no dia 24 de maio. JEAN-SEBASTIEN EVRARD / AFP
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"Por onde é a saída?" pergunta Libération diante da mobilização permanente dos trabalhadores contra as mudanças nas leis trabalhistas e os sinais contraditórios enviados pelo governo de que pode rever pontos sensíveis do texto da reforma. "A mobilização não diminui e a incompreensão sobre as intenções do governo também não", escreve o diário.

O futuro da reforma virou uma incógnita, segundo Libération, porque o presidente François Hollande parece indeciso e declarações de seus colaboradores dão a entender uma divisão entre os que querem ir mais longe no texto da reforma e os que defendem concessões para seus opositores.

Para Le Parisien, as manifestações contra a nova lei foram marcadas novamente pela violência. As cenas de batalha, somadas aos bloqueios nas portas de refinarias e depósitos de combustíveis, e à intransigência do primeiro-ministro Manuel Valls, não podem mais continuar, escreve o diário em sua manchete.

"Em que tipo de democracia estamos?" questiona Le Parisien ao narrar as contradições dentro do governo, que não envia uma mensagem clara sobre a possibilidade de mudar o texto, e a série de incidentes verificadas nas manifestações.

Além das cenas de violência e vandalismo em Paris e outras cidades do interior, chamou a atenção do jornal a invasão dos manifestantes a um estúdio de televisão, obrigando a ministra do Trabalho Myriam El Khomri a deixar o local onde dava uma entrevista ao vivo.

Racha no Partido Socialista

Le Figaro informa que, depois do oitavo dia de greve geral marcada pela violência, vários socialistas influentes do partido, até então inflexíveis, começam a pressionar o executivo para recuar e rever alguns pontos da reforma para pôr fim ao bloqueio organizado pela central sindical CGT.

Muitos agora defendem a possibilidade de alterar o artigo 2, alvo de todas as polêmicas, que permite aos acordos diretos entre patrões e empregados prevalecer sobre as negociações coletivas firmadas pelos sindicatos. Diante da posição firme de Valls, de não ceder, sua manutenção no cargo começa a ser questionada, segundo Le Figaro.

Les Echos ressalta que a mobilização de ontem, cerca de 300 mil segundo os grevistas, foi menor do que a do dia 31 de março que levou mais de 400 mil trabalhadores às ruas.

No entanto, o bloqueio das refinarias continua e a paralisação foi estendida ao setor nuclear. O governo deu indicações que pode fazer melhorias no texto, mas sem tocar nos seus pontos principais, o que não diminui a revolta da central sindical CGT.

O conflito vai durar, diz Les Echos, lembrando que no próximo dia 14 de junho, quatro dias depois do início da Eurocopa e no dia seguinte à abertura do debate no Senado, os manifestantes prometem voltar às ruas.

 

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