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França/Protestos

Governo usa reservas estratégicas para evitar falta de gasolina na França

A queda de braço se intensifica entre o governo francês e as centrais sindicais contrárias à reforma da legislação trabalhista. Elas tentam paralisar o país bloqueando refinarias e depósitos de combustíveis. O governo usa reservas estratégicas para evitar a falta de combustível no país. O movimento de protesto, que também afeta os transportes e os portos, se estende nesta quarta-feira (25) ao setor nuclear, ameaçando o abastecimento de energia elétrica na França. Uma nova greve geral foi convocada para esta quinta-feira (26).

O terminal petrolífero do porto do Havre foi bloqueado pelos manifestantes.
O terminal petrolífero do porto do Havre foi bloqueado pelos manifestantes. CHARLY TRIBALLEAU / AFP
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Seis das oito refinarias francesas já estão com a produção total ou parcialmente paralisadas. Há dois dias, o governo já recorre a reservas estratégicas de petróleo para garantir o abastecimento. Três dos 119 dias de estoques disponíveis já foram usados segundo o secretário de Estado dos Transportes. Especialistas indicam que não há riscos de desabastecimento. Mas cerca de 20% dos postos de gasolina do país são afetados e em várias cidades, incluindo Paris. Os motoristas já enfrentam longas filas para abastecer os carros.

O governo enviou nesta madrugada policiais para liberar o terminal portuário do Havre, no norte, responsável pela metade das importações de petróleo da França. O local estava bloqueado pelos grevistas.

Ameaça de falta de luz

A insatisfação com as novas leis trabalhistas também atinge outros setores da economia como transportes públicos e se estende também para o setor nuclear e ameaça provocar cortes de energia. Funcionários das centrais nucleares, que garantem mais de 80% da eletricidade do país, prometem cruzar os braços.

O movimento já atinge a usina nuclear de Nogent-sur-Seine, perto de Paris. Os funcionários decidiram bloquear o local e um dos dois reatores, que estava paralisado para manutenção, não será reativado. Cortes de energia já foram registrados em alguns bairros de Nantes, no noroeste da França, e em um shopping-center de Marselha, na manhã desta terça-feira.

Amanhã, diversas categorias de trabalhadores convocaram mais um dia de greve geral, o oitavo desde o início da mobilização, para exigir a retirada do novo Código do Trabalho francês, aprovado à força, na Assembleia, sem o voto dos deputados. Mas o governo voltou a dizer que não vai recuar e promete usar todos os meios necessários para desbloquear as refinarias e depósitos de combustíveis.

Há mais de dois meses, os trabalhadores franceses protestam contra o projeto que reforma a legislação trabalhista. O governo afirma que o texto pretende dar maior flexibilidade às empresas de contratação e organização do tempo de trabalho, com o objetivo de lutar contra o desemprego. Os críticos consideram que a reforma aumentará a precariedade do mercado de trabalho.
 

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