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Jornais franceses dão como certa aprovação do impeachment no Senado

A imprensa francesa repercute nesta segunda-feira (18) a aprovação pela Câmara dos Deputados da abertura do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff. O tema é o principal destaque do site do jornal conservador Le Figaro, que abre a reportagem afirmando que o Brasil mergulha em uma crise pollítica sem precedentes.

Dilma Rousseff enfrenta uma crise sem precedentes
Dilma Rousseff enfrenta uma crise sem precedentes REUTERS/Ueslei Marcelino
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O texto afirma que, com certeza, o impeachment será aprovado também pelo Senado, por volta da metade do mês de maio. Caso a publicação esteja certa, isso levaria ao afastamento de Dilma por 180 dias, que seria substituída por Michel Temer enquanto uma comissão do próprio Senado analisaria as denúncias.

O diário entrevistou o jornalista Mario Conti, da Folha de S. Paulo, que disse que não há nada até o momento que comprove o enriquecimento pessoal da presidente. Segundo ele, é verdade que a presidente contribuiu para o estado de recessão do país, que ela mentiu durante a campanha eleitoral e que ela tem o temperamento difícil, mas nada disse constitui um crime de responsabilidade nem justifica o impeachment. O jornalista completa sua análise ressaltando que ela não roubou e é julgada por um bando de ladrões.

Outro entrevistado pelo Le Figaro, o professor de ciências políticas Paulo Peres disse que assistimos no domingo a uma eleição presidencial indireta para decidir se ela ou Temer deve governar o país. O paradoxo, afirma a reportagem, é que, mesmo que a maioria da população brasileira pareça querer a saída de Dilma, ela não quer que um velho politiqueiro como Temer assuma a presidência.

Le Monde diz que Dilma é trabalhadora e determinada

O site doLe Monde também destaca a votação. O texto, escrito pela correspondente do jornal no Brasil, Claire Gatinois, começa dizendo que Dilma acreditou até o último momento que venceria e que agora tem poucas chances de terminar seu segundo mandato.

A jornalista define Dilma como trabalhadora e determinada e também dá como certa a aprovação do impeachment pelo Senado. A reportagem lembra o que a presidente disse na véspera da votação: "Opor-se a mim e me criticar faz parte da democracia. Mas destituir uma presidente eleita de maneira legítima, sem que ela tenha cometido nenhum crime, não é um jogo democrático, é um golpe".

O Le Monde classifica o termo "golpe de estado" como fruto de um marketing político eficaz, que teria permitido a mobilização de militantes para apoiar a presidente. E afirma que as chamadas pedaladas fiscais, ou seja, a liberação de créditos suplementares para maquiar as contas públicas, são apenas um pretexto para o impeachment. Outros presidentes também recorreram ao expediente e nunca foram punidos.

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