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Governo não consegue conter protestos contra reforma trabalhista na França

Os jornais franceses desta terça-feira (12) destacam as medidas anunciadas pelo governo para tentar conter o movimento de protesto, liderado principalmente por estudantes, contra o projeto de lei que reforma a legislação trabalhista na França. As propostas do primeiro-ministro Manuel Valls não convenceram o movimento estudantil, que continua mobilizado, e irritaram os empresários, ressalta a imprensa.

Movimentos e protestos contra o projeto de lei que reforma a legislação trabalhista continua aqui na França.
Movimentos e protestos contra o projeto de lei que reforma a legislação trabalhista continua aqui na França. REUTERS/Charles Platiau
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Manuel Valls anunciou onze medidas e € 500 milhões “para acalmar a juventude do país”, informa Libération. O premiê diz que o objetivo do governo não é acabar com a contestação, mas dar uma resposta a longo prazo para as preocupações dos jovens do país.

O anúncio visa sobretudo diminuir a cólera da juventude, que há mais de um mês protesta nas ruas contra o projeto de lei trabalhista. Mas não é certo que Valls irá conseguir um recuo do movimento, afirma o diário progressista. Líderes estudantis ouvidos pelo jornal dizem que as medidas, que vão ajudar na busca do primeiro emprego, lutar contra a precariedade e favorecer os empregos fixos, entre outras coisas, são incompletas.

O movimento já convocou uma nova manifestação para o dia 28 de abril contra o projeto de lei El Khomri, em referência ao nome da ministra francesa do Trabalho, Myriam El Kkomri.

Empresários descontentes

“Manuel Valls não satisfez a juventude e, ainda por cima, conseguiu colocar agora os empresários contra a nova legislação", escreve Le Figaro. O jornal conservador diz que, ao sobretaxar os contratos de curta duração para incentivar a contratação dos jovens em empregos fixos, o governo socialista descontentou o empresariado que, no início das discussões, chegou a apoiar o projeto de lei que visava dar maior flexibilidade ao mercado de trabalho francês.

Citada pelo jornal, a ex-ministra conservadora Nathalie Kosciusko-Morizet acusa o governo de demagogia e diz que a medida terá como único efeito aumentar o desemprego. Os empresários, irritados com o anúncio do primeiro-ministro, querem em represália boicotar as negociações sobre o seguro-desemprego que deverão discutir a medida, revela Le Figaro.

Les Echos avalia que a sobretaxa nos contratos temporários é um gesto do presidente François Hollande em direção à maioria socialista na Assembleia, visando a aprovação do projeto de lei trabalhista na casa.
 

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