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França

Após protestos contra reforma trabalhista, governo francês se reúne com estudantes

Depois das manifestações contra a reforma trabalhista em toda a França na terça-feira (5), representantes do governo francês receberam nesta quarta-feira (6) líderes do movimento estudantil.  Nos 98 protestos realizados nas principais cidades do país ontem, 177 jovens foram presos.

Três ministros franceses se reuniram com representantes da União Nacional dos Estudantes da França (Unef) nesta quarta-feira (6).
Três ministros franceses se reuniram com representantes da União Nacional dos Estudantes da França (Unef) nesta quarta-feira (6). JACQUES DEMARTHON / AFP
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Nesta manhã, mais violências foram registradas. Policiais voltaram a confrontar os estudantes diante de uma delegacia de Paris, onde manifestantes exigiam a libertação de quatro estudantes presos nos protestos de ontem.

Com as reuniões realizadas hoje, os ministros prentendiam estender a mão aos jovens. Mas os estudantes dão sinais de que não irão ceder.

"O desacordo [sobre a reforma da lei trabalhista] persiste", declarou nesta quarta-feira William Martinet, presidente da principal organização envolvida nas manifestações, a União Nacional dos Estudantes da França (Unef). O líder fez um apelo para que os jovens sigam mobilizados, especialmente para um protesto considerado essencial, no próximo sábado (9).

Continuar inflexível, mas sem deixar de dialogar: essa é a posição do Unef. O objetivo é claro, obter avanços junto ao governo com uma jogada que Martinet define como "dinâmica e ambiciosa". A expectativa, segundo ele, é de "as coisas mudem".

"Não abandonaremos a luta e fomos muito claros nas conversas com as ministras. Esse projeto de lei é ruim para os trabalhadores. Continuaremos pedindo seu cancelamento", disse, na saída do encontro.

Entre as principais exigências dos estudantes, estão uma ajuda financeira para a busca do primeiro empregou ou o prolongamento das bolsas estudantis, tornar os contratos de duração determinada (CDD) mais caros para empresas, favorecendo os contratos de duração indeterminada (CDI), e a gratuidade para todos os estudantes secundaristas de todo o sistema para obter a carteira de motorista.

Situação perigosa 

Para o governo, o exercício é perigoso. É preciso se mostrar aberto às reivindicações, tentando não mexer na nova lei proposta por El Khomri. Neste momento, toda a imprensa francesa tem dificuldade em prever que respostas os ministros darão a essas exigências.

Sabe-se que uma reivindicação já foi categoricamente negada aos estudantes, a criação de uma remuneração solidária aos jovens. Para o governo francês, a medida não passa de assistencialismo.

Especula-se que um gesto importante será feito em favor dos sindicatos. Resta saber se ele será suficiente para acalmar uma mobilização que promete persistir o tempo que for necessário.

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