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Alpes franceses

Famílias discursam nos Alpes um ano após tragédia da Germanwings

Cerca de 600 pessoas, entre familiares e amigos, a maioria vindos da Espanha e da Alemanha, participaram na manhã desta quinta-feira (24) das homenagens às vítimas da queda do Airbus 320 da Germanwings, há exatamente um ano, nos Alpes franceses. A catástrofe aérea matou 150 pessoas − 144 passageiros, cinco tripulantes e o copiloto suicida Andreas Lubitz.

Familiares de vítimas do voo da Germanwings chegam para cerimônia em Vernet, nos Alpes franceses.
Familiares de vítimas do voo da Germanwings chegam para cerimônia em Vernet, nos Alpes franceses. REUTERS/Jean-Paul Pelissier
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Dirigentes da Lufthansa e da filial de baixo custo Germanwings também participaram da cerimônia realizada em Vernet, no sudeste da França, cidade mais próxima do local da tragédia com o voo que ligava Barcelona a Dusseldorf. "Estamos aqui hoje para mostrar nosso respeito às vítimas, mostrar que os apoiamos, mesmo um ano depois", declarou à imprensa Carsten Spohr, presidente da Lufthansa. Nenhum chefe de Estado participou da homenagem, ao contrário do ano passado, quando a chanceler alemã, Angela Merkel, e o espanhol Mariano Rajoy, estiveram no local.

Depois da leitura de todos os nomes dos passageiros e tripulantes, um minuto de silêncio foi respeitado às 10h41, horário exato da catástrofe aérea. Flores foram depositadas ao lado da placa em memória das vítimas. Centenas de moradores da região, marcados pela tragédia, acompanharam a cerimônia à distância da área que foi cercada para uso exclusivo dos familiares.

No mesmo momento, os moradores de Haltern am See (oeste da Alemanha) observaram um minuto de silêncio em memória dos 16 estudantes e dois professores de uma escola secundária da cidade que morreram na tragédia. O grupo havia viajado para a Espanha como parte de um intercâmbio escolar.

Parentes fazem escalada até o local da queda do Airbus

A cerimônia na França previu discursos de parentes e canções, além de uma visita ao cemitério do vilarejo, onde foram enterrados os restos que não puderam ser identificados. Muitos familiares ainda têm dificuldades para aceitar o ato de loucura do copiloto e não compreendem por que, além de se sucicidar, ele quis fazer mal a tanta gente.

Um grupo de 80 pessoas organizou uma escalada até o local da catástrofe, a 1.500 metros de altitude. Os corpos identificados foram entregues às famílias das vítimas de 19 nacionalidades. A Alemanha e a Espanha foram os países mais afetados, com respectivamente 72 e 50 vítimas.

Desde quarta-feira, várias cerimônias foram acompanhadas por parentes das vítimas em Barcelona, Dusseldorf e Marselha.

Copiloto com problemas psiquiátricos derrubou avião

Investigações da justiça francesa e da BEA, a agência francesa que apura as causas de acidentes aéreos, indicaram que copiloto Andreas Lubitz, que sofria de graves problemas psiquiátricos, lançou deliberadamente o avião contra as montanhas. Lubitz aproveitou a ausência temporária do piloto no cockpit para se trancar na cabine e iniciar uma descida fatal da aeronave.

Os investigadores franceses descobriram que ele sofria de distúrbios psicológicos desde 2008, quando começou sua formação, mas seguiu pilotando. Ele escondeu da direção da companhia que estava de licença médica por depressão no dia do drama. Em seu relatório final publicado há dez dias, a BEA pediu o aumento dos controles médicos dos pilotos.

Até o momento, não há nenhum processo aberto contra a companhia, que em julho ofereceu € 25 mil de indenização por cada vítima, complementares aos € 50 mil entregues inicialmente.

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