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Terrorismo

Suspeito dos atentados de Paris Salah Abdeslam é preso em Bruxelas

Um dos homens mais procurados da Europa, Salah Abdeslam foi preso nesta sexta-feira (18) pela polícia belga em Bruxelas. Ele estava foragido desde os atentados de 13 de novembro em Paris, dos quais é um dos principais suspeitos. Sua prisão encerra uma operação policial que envolveu diversos bairros da capital da Bélgica desde a terça-feira.

Operação policial no bairro de Molenbeek, em Bruxelas, que levou à prisão de Abdeslam.
Operação policial no bairro de Molenbeek, em Bruxelas, que levou à prisão de Abdeslam. REUTERS/Francois Lenoir
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Quatro policiais belgas foram feridos por disparos no início da semana durante uma megaoperação no bairro de Forest em busca de suspeitos de estarem envolvidos com os atentados de Paris. Na operação, o argelino Belkahid Mohamed, acusado de ter auxiliado Abdeslam nos ataques, foi morto pela polícia. Nesta sexta-feira, antes da prisão de Abdeslam, a polícia informou ter encontrado as digitais do suspeito no apartamento que foi alvo da operação.

Em seguida, no meio da tarde, a polícia belga lançou uma nova operação contra um apartamento em outro bairro, Molenbeek, considerado um enclave do terrorismo na capital do país. O presidente francês, François Hollande, acompanhou os trabalhos no gabinete do primeiro-ministro belga, Charles Michel. Foi o secretá belga da imigração, Theo Francken, quem anunciou, às 18 horas (horário local): "nós o pegamos".

Abdeslam teria tentado correr da polícia, mas acabou sendo baleado na perna, e se entregou. Ele foi levado ao hospital e confirmou sua identidade imediatamente aos policiais.



Repercussão e cobranças

O deputado franco-brasileiro do Partido Socialista Eduardo Rihan Cypel, que também lidera uma comissão de informação sobre o grupo Estado Islâmico na Assembleia Nacional Francesa, celebrou a prisão. “É raro conseguirmos capturar um terrorista vivo, sobretudo neste caso. É uma ótima notícia, que vai permitir julgar este terrorista e colocá-lo atrás das grades”, disse Cypel à rádio France Info.

Mas a imprensa e a opinião pública francesa também levantam questionamentos sobre a demora em capturar o fugitivo e o fato de ele ter sido encontrado em um país vizinho, e não na distante Síria, para onde muitos suspeitavam que ele teria fugido. Cypel evitou criticar o trabalho da polícia. “Não estou aqui para determinar as responsabilidades. Mas em casos de terrorismo, sempre precisamos tirar lições. Tenho certeza de que poderemos aprender com isso. Todos se perguntavam por que este sujeito conseguiu escapar. Ele não foi à Síria, não se mexeu muito”, disse o deputado.

Muitos parlamentares franceses criticam a legislação contra o terrorismo belga, que não estaria à altura da perseguição que começou em 13 de novembro. Como exemplo, apontam a prisão preventiva de suspeitos de terrorismo, que pode ser estentdida por vários dias na França, mas que dura apenas 24 horas no país vizinho.

Motorista dos ataques

Salah Abdeslam, 26 anos, teria dirigido o carro para os terroristas metralharem as vítimas em Paris. Ele também teria conduzido seu irmão, Brahim Abdeslam, até o boulevard Voltaire para realizar o atentado suicida em um café próximo à casa de shows Bataclan. Depois, o francês se dirigiu a Montreuil, onde encontrou mais dois cúmplices que o levaram de volta para a Bélgica.

Salah Abdeslam chegou a ser abordado por policiais franceses no sábado (14), quando retornava para Bruxelas, mas depois desapareceu dos radares da polícia.

O suspeito não tinha passagem pela polícia francesa, mas era fichado na polícia belga após ter realizado pequenos furtos, alguns deles cometidos com Abdelhamid Abaaoud, um dos mentores dos atentados, morto pela polícia francesa no dia 18 de novembro na cidade de Saint-Denis. Salah Abdeslam também era investigado pelos serviços de inteligência da Bélgica por suspeita de ter recebido treinamento do grupo Estado Islâmico na Síria.

Em Bruxelas, o francês trabalhou como técnico do transporte público do país de setembro de 2009 a janeiro de 2011, mas foi demitido por faltar frequentemente ao trabalho. Depois, abriu um café com o irmão Brahim no bairro de Molenbeek.

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