Corrente humana em Paris denuncia "estado de emergência" climático
As forças de segurança francesas usaram gás lacrimogêneo, neste domingo (29), em Paris, para conter centenas de manifestantes, muitos deles mascarados e que lançavam sapatos e garrafas nos agentes.
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Dez mil manifestantes fizeram neste domingo (29) uma corrente humana em uma avenida da zona leste de Paris, apesar da proibição de manifestações, para denunciar o "estado de emergência climático", na véspera da abertura da COP 21. O cardeal brasileiro Cláudio Hummes trouxe um par de sapatos do papa Francisco para a instalação da praça da República que simboliza a marcha do clima proibida pelas autoridades.
Ao longo da avenida Voltaire, a mesma onde fica a casa de espetáculos Bataclan, atingida pelos atentados de 13 de novembro, centenas de manifestantes deram as mãos aos gritos de "Mais quente que o clima". Várias pessoas exibiam cartazes com frases como "Eles são grandes apenas se nós ficarmos de joelhos" e "Eles exploram, contaminam e se aproveitam; a emergência é social e climática".
A manifestação foi convocada pela coalizão Climat 21, que reúne 130 ONGs ecologistas e se viu obrigada a cancelar a grande marcha pelo clima que estava programada para hoje. Diante das restrições impostas pelo estado de emergência, duas ONGs, Attac e Alternatiba, tiveram a ideia de convocar a corrente humana.
O protesto de Paris se dispersou rapidamente, para evitar uma intervenção da polícia. Mas outras correntes humanas se formam em várias cidades francesas, como Rennes, Brest e Caen, atendendo ao chamado dos militantes ecologistas.
10 mil pares de sapatos na praça da República
Em outra manifestação para fazer pressão sobre os 150 chefes de Estado e de Governo que participarão a partir de amanhã da COP 21, cerca de 10 mil pares de sapatos foram instalados na praça da República, no 10° distrito da capital francesa, simbolizando as pessoas que participariam da marcha do clima.
Sapatos do papa Francisco e da atriz Marion Cotillard fazem parte da instalação. Eles serão recolhidos depois por associações de caridade.
O par de sapatos do papa Francisco foi depositado pelo cardeal brasileiro Cláudio Hummes. Ele foi enviado pelo Vaticano a Paris, especialmente para transmitir a reivindicação da Igreja Católica por mais justiça social e climática.
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