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França/Terrorismo

Conheça o perfil dos terroristas dos atentados de Paris já identificados

Até o momento, cinco dos sete terroristas mortos que participaram dos atentados da última sexta-feira (13) já foram identificados. Entre eles, quatro são franceses. A polícia ainda investiga a identidade de um dos homens-bomba que agiu na casa de espetáculos Bataclan e outro que acionou seu colete de explosivos no Stade de France.

Abdelhamid Abaaoud, conhecido como Abou Omar, é apontado como o mentor dos ataques de 13 de novembro em Paris.
Abdelhamid Abaaoud, conhecido como Abou Omar, é apontado como o mentor dos ataques de 13 de novembro em Paris. REUTERS/Social Media Website via Reuters
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As investigações sobre os atentados avançam com novas batidas policiais na França. O ministro francês do Interior, Bernard Cazeneuve, disse que 128 casas foram revistadas pela polícia durante a madrugada desta terça-feira (17), um número semelhante ao de ontem, mas não há informações de novas detenções. Segundo o presidente francês, François Hollande, os atentados foram "decididos na Síria" e "preparados na Bélgica, com cúmplices franceses".

Saiba quem são os principais suspeitos e envolvidos:

Abdelhamid Abaaoud, 28 anos, belga

Abdelhamid Abaaoud.
Abdelhamid Abaaoud. capture d'écran youtube

As autoridades francesas estimam que os atentados foram planejados na Síria pelo jihadista belga Abdelhamid Abaaoud, que usa o nome de guerra "Abou Omar". Este homem de 28 anos viveu no bairro de Molenbeek, reduto dos radicais islâmicos em Bruxelas, na Bélgica. Ele é amigo de infância do suspeito de participar dos ataques e foragido, Salah Abdeslam. Abaaoud é um temido combatente do alto escalão do grupo Estado Islâmico e está na Síria desde 2013. Em agosto, ele fez um pedido para que radicais realizassem um ataque a uma casa de espetáculos na França.

Ataques no 11° e 10° distrito

Salah Abdeslam, 26 anos, francês

Salah Abdeslam
Salah Abdeslam AFP PHOTO / POLICE NATIONALE

O francês Salah Abdeslam, de 26 anos, residente no bairro de Molenbeek, em Bruxelas, está foragido e é o homem mais procurado da Europa, contra quem a polícia francesa emitiu um mandado de busca internacional. Ele é suspeito de preparar os atentados, a mando de Abdelhamid Abaaoud. Salah Abdeslam é irmão do homem-bomba Brahim, de 31 anos, que explodiu um restaurante no boulevard Voltaire, no 11° distrito de Paris, na sexta-feira. Ele alugou dois dos veículos utilizados nos massacres de Paris, e é suspeito de ter guiado os terroristas aos restaurantes e à sala de shows Bataclan. Abdeslam chegou a ser abordado por policiais franceses no sábado, quando retornava para Bruxelas, mas não foi identificado e desapareceu dos radares da polícia.

Brahim Abdeslam, 31 anos, francês

Homem-bomba que explodiu o restaurante Le Comptoir Voltaire, do boulevard Voltaire, no 11° distrito de Paris, depois de ter participado dos outros ataques na capital francesa. Como toda a família Abdeslam, era morador do bairro Molenbeek, em Bruxelas. Brahim gerente de um café que tinha com o irmão Salah Abdeslam, fechado por tráfico de drogas. Conhecido pelos serviços de polícia desde os 14 anos por pequenos delitos, também foi protagonista de atos violentos. Em 2012, quando soube que o governo belga retirava de sua família uma ajuda social que recebia desde 1998, Brahim Abdeslam agrediu um funcionário belga.

Samy Amimour, 28 anos, francês

Samy Amimour
Samy Amimour AFP PHOTO / AMIMOUR FAMILY

Descrito por sua família como "um rapaz gentil e tímido na infância", ele é um dos três homens-bomba da sala de shows Bataclan, no 11° distrito de Paris, massacre que deixou 89 mortos, durante o show do grupo de heavy metal Eagles of Death Metal. Foi criado na cidade de Drancy, na periferia parisiense, em uma família muçulmana, mas não-praticante, de origem argelina. Motorista da linha de ônibus 148, do sistema de transportes públicos da capital francesa (RATP), pediu demissão em 2012, início de sua radicalização. Nesta época, tentou impor a toda a família seu novo modo de vida: queria que as irmãs e a mãe usassem o véu islâmico e que ninguém assistisse mais à televisão. Segundo os parentes de Amimour, ele entrou na mira dos serviços de inteligências da França por associação terrorista, depois de tentar viajar ao Iêmem. A prisão do rapaz foi "traumatizante", de acordo com a família e teria motivado sua ida para a Síria. Desesperado, o pai de Amimour viajou à Aleppo para tentar convencer o filho a voltar e, ao jornal Le Monde contou que planejava uma segunda tentativa de "recuperá-lo", um pouco antes dos violentos atentados.

Ismaël Omar Mostefaï, 29 anos, francês

Muçulmano praticante, da cidade de Courcouronnes, na grande região metropolitana de Paris, radicalizou-se em 2010. Na polícia, foi fichado com a classificação "S", destinada a pessoas que podem afetar a segurança do Estado, mas não por terrorismo, mas por pequenos delitos: furtos e violências. No entanto, nunca foi detido. Vivia com os pais, dois irmãos, a esposa e a filha em uma mesma residência. Mostefaï sumiu do radar da polícia em 2012. Um ano depois, partiu primeiro para a Turquia e depois para a Síria. Em 2014, voltou a ser detectado pelas autoridades em solo francês. Pelos amigos, é conhecido como um bom jogador de futebol, desempregado e muito fiel ao islamismo. A todos os amigos e parentes, recomendava que fossem "bons muçulmanos".

Ataques no Stade de France

Bilal Hadfi, 20 anos, francês

Bilal Hadfi
Bilal Hadfi AFP PHOTO

Nascido em 22 de janeiro de 1995, é o mais jovem dos agressores dos atentados de 13 de novembro. Ele é um dos homens-bomba do Stade de France, durante o jogo França x Alemanha. Morador da cidade de Neder-over-Hembeek, na Bélgica, não era conhecido pelas autoridades francesas, mas era fichado pela polícia belga por ameça terrorista e extremismo. O jovem teria se radicalizado em 2014, quando teria viajado à Síria. No Facebook, era amigo do terrorista belga Abou Isleym, combatente do grupo Estado Islâmico que publicou fotos ao lado de corpos decapitados e pediu para os apoiadores da causa jihadista cometerem ataques terroristas em "terras infiéis". No momento em que Bilal Hadfi acionava sua bomba no Stade de France, às 22h56 de sexta-feira, Isleym publicou no Facebook: "Depois de Je suis Charlie, Je Suis Bataclan".

"Ahmad Al Mohammad, 25 anos, sírio"

Ahmad al-Mohammad
Ahmad al-Mohammad Greek Alternative Ministry of Immigration Policy

Outro homem-bomba do Stade de France levava o passaporte do sírio Ahmad Al Mohammad, soldado do exército de Bashar al-Assad. No entanto, as autoridades confirmaram que essa identidade é falsa. O militar de 25 anos morreu há vários meses. O terrorista que ainda não teve a identidade revelada, teve as digitais registradas quando entrou na Europa pela Grécia, junto com milhares de migrantes, no início de outubro.

Em aberto

As autoridades ainda não revelaram as identidades de um terceiro homem-bomba que agiu no Stade France e do terceiro terrorista do Bataclan. A principal dúvida dos investigadores é porque os três agressores do Stade de France acionaram suas bombas antes da saída do público que assistia ao jogo França x Alemanha, o que teria provocado um outro grande massacre.

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