Ciganos queimam carros, bloqueiam estrada e fazem rebelião em prisão no sudeste da França
A pequena cidade de Moirans, no sudeste da França, foi palco de diversas violências nesta terça-feira (20), deixando o governo francês em estado de alerta. Ciganos que moram na região bloquearam uma estrada, incendiaram veículos e promoveram uma rebelião em uma prisão local. Eles exigem que dois detentos obtenham a permissão de assistir ao funeral de um membro da comunidade, que morreu em um acidente de carro, depois de realizar um roubo na semana passada.
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Foi um dia atípico na pequena cidade dos Alpes franceses. Em poucas horas, entre o final da tarde e o início da noite, Moirans viveu cenas de guerra civil. A televisão mostrou imagens de incêndios e destruição na cidade.
Armados com barras de ferro, cerca de cem ciganos bloquearam uma rodovia próxima à estação de trem local e queimaram diversos veículos. As carcaças de alguns carros foram empurradas para os trilhos. A Companhia Nacional dos Caminhos de Ferro da França (SNCF) interrompeu o tráfego e esvaziou a estação. No local, vários saques foram registrados.
Simultaneamente, o presídio de Aiton, a cerca de 100 quilômetros do foco das violências, registrou uma rebelião. Cerca de vinte detentos atearam fogo em seus colchões e destruíram suas celas. Uma equipe de intervenção e segurança foi rapidamente enviada da cidade de Lyon para tentar restabelecer a ordem no local. Até o final da noite, todos os funcionários estavam bloqueados no presídio.
O motivo das violências é que dois dos detentos, pertencentes à comunidade cigana, querem assistir ao funeral de um familiar, que morreu na última sexta-feira (16) em um acidente de carro, depois de realizar um roubo na região.
Estado de alerta
Os incidentes em Moirans deixaram o governo em estado de alerta. O ministro francês do Interior, Bernard Cazeneuve, enviou um efetivo de 120 policiais e cem bombeiros a Moirans. Já o primeiro-ministro Manuel Valls condenou os incidentes e pediu o restabelecimento imediato da ordem na cidade. "Diante das violências inadmissíveis em Moirans, há uma só resposta: o vigor e o restabelecimento da ordem republicana", publicou em sua conta no Twitter.
No final da noite desta terça-feira, o advogado de um dos presos que iniciou a rebelião estava reunido com as autoridades francesas para negociar a liberação dos dois detentos irem ao funeral. "Estamos esperando a decisão. Se eles não obtiverem a permissão, a revolta vai continuar porque é uma questão de respeito", disse um dos representantes da comunidade cigana a um jornalista da AFP.
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