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França/Terrorismo

"Heróis" que evitaram ataque em trem na França recebem Legião da Honra

O presidente francês, François Hollande, condecorou na manhã desta segunda-feira (25), com a Legião da Honra três norte-americanos e um britânico, que evitaram um atentado terrorista na última sexta-feira, em um trem que fazia a rota entre Amsterdã e Paris.

O presidente francês François Hollande condecora os militares americanos Alek Skarlatos (centro) e Spencer Stone (fundo), no Palácio do Eliseu, em 24 de agosto de 2015.
O presidente francês François Hollande condecora os militares americanos Alek Skarlatos (centro) e Spencer Stone (fundo), no Palácio do Eliseu, em 24 de agosto de 2015. REUTERS/Michel Euler/Pool
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Eles atacaram e desarmaram o marroquino Ayub El-Khazzani, que ameaçava abrir fogo contra os passageiros. Durante a cerimônia no Palácio do Eliseu, da qual participaram também o primeiro-ministro belga, Charles Michel, e a embaixadora dos Estados Unidos, Jane Hartley, Hollande disse que os quatro foram a encarnação do "bem" diante do mal do "terrorismo".

"Desde sexta-feira, os franceses admiram sua coragem, sangue-frio e solidariedade, que permitiram, apenas com as mãos, dominar um indivíduo fortemente armado e disposto a tudo", declarou o chefe de Estado diante dos condecorados. Hollande disse que o heroísmo dessas pessoas deve servir de exemplo e inspiração.

Os soldados americanos Spencer Stone, 23 anos, e Alek Skarlatos, 22 anos, assim como o amigo deles, o estudante Anthony Sadler, 23 anos, e o britânico Chris Norman, 62 anos, não serão os únicos a serem homenageados. O franco-americano Mark Moogalian, 51 anos, ferido por um disparo durante o ataque e ainda hospitalizado, e um passageiro francês de 28 anos que tentou desarmar o atirador vão receber a mais alta distinção da França em data posterior.

Durante a cerimônia, as autoridades francesas também fizeram referência a um agente da empresa ferroviária SNCF, que estava de férias. Segundo relato do soldado Spencer Stone, ele ajudou a dominar o atirador.

Ação corajosa

No domingo, durante entrevista coletiva concedida pelos três americanos, Spencer, piloto da Força Aérea americana, explicou ter sido o primeiro a se lançar contra Ayub el-Khazzani. Ele disse ter agido por instinto de sobrevivência: "Eu acordei de um sono profundo, me virei e vi que ele tinha uma AK-47. Ela estava emperrada, não parecia estar funcionando e ele tentava carregá-la. Alek bateu no meu ombro e disse: 'vamos lá!' Corremos, saltamos sobre ele e caímos todos no chão. Alek tomou a arma da mão dele enquanto eu aplicava um 'mata-leão'. Ele não parava de sacar mais e mais armas. Nós três começamos a socar. Eu consegui segurá-lo de novo e enforcá-lo até ele cair inconsciente", relatou.

Em entrevista à BFM-TV, a advogada do atirador, Sophie David, contou que o rapaz nega ter planejado um atentado. El-Khazzani afirma que pretendia sequestrar os passageiros porque precisava de dinheiro. Ele teria encontrado as armas por acaso em um jardim de Bruxelas.

Ayub El-Khazzani continuará a ser interrogado nesta segunda-feira na sede da brigada antiterrorista em Levallois-Perret, nos arredores de Paris, e deve permanecer em prisão provisória pelo menos até terça-feira.

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