Em protesto contra o Uber, taxistas promovem caos nas maiores cidades da França
Manhã de caos no trânsito nas principais cidades francesas. Taxistas bloquearam nesta quinta-feira (25) vias expressas de Paris, Marselha, Bordeaux e Toulouse. Na capital francesa, onde os acessos aos principais aeroportos foram fechados, violências foram registradas. A categoria protesta contra a proliferação de serviços de táxi por aplicativos, principalmente o prestador de serviço americano Uber, que eles consideram uma concorrência desleal e que foi proibido por lei.
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Na região parisiense, os taxistas bloqueiam locais estratégicos, como os acessos aos aeroportos Charles de Gaulle e Orly, e os arredores da Gare du Nord, de onde parte o Eurostar para Londres. Desde as primeiras horas da manhã, eles montaram barricadas no anel viário periférico de Paris. No final da manhã, os manifestantes também bloquearam a região em torno do Castelo de Versalhes.
Alguns motoristas exaltados furaram e queimaram pneus, viraram e destruíram um veículo em Paris. Eles também retiraram os motoristas independentes à força de dentro dos carros e agrediram passageiros. Nos últimos dias, agressões também foram registradas em Nice, Lyon e Estrasburgo.
A polícia interveio para liberar o trânsito da capital francesa, mas os taxistas estão determinados a dar continuidade à ação. Eles cobram do governo que tire das ruas os motoristas ocasionais. Os sindicatos da categoria pediram "calma" e que os taxistas "não respondesse às provocações".
No total, segundo a polícia, 2.800 taxistas participam do protesto em todo o país. Cerca de trinta pontos estratégicos de acessos às cidades foram bloqueados.
Motoristas ocasionais
O protesto é contra os motoristas que trabalham de forma ocasional, utilizando veículos particulares, o que é criticado pelos taxistas credenciados, que chegam a pagar € 200 mil pela licença em um ponto de táxi registrado na prefeitura de Paris.
A oferta de carros com motorista fazendo serviço de táxi foi facilitada pelos aplicativos de celular, especialmente pela Uber, uma start-up americana que sacudiu o setor do transporte. O status desses motoristas independentes exonera a empresa de qualquer pagamento de salário, material e cobertura social. A cada corrida, a Uber embolsa 25% de cada corrida
Um milhão de motoristas
Cerca de um milhão de motoristas ocasionais trabalham através do Uber em todo o mundo. Em apenas seis anos de funcionamento, a progressão do grupo é estimada em US$ 50 bilhões. Ele opera em mais de 50 países e 280 cidades.
Além do Uber, dezenas de serviços especializados particulares surgiram na internet nos últimos anos. Por um lado, eles são uma comodidade para os usuários, mas, para os taxistas, "eles fazem concorrência selvagem".
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