Franceses admiram “maré do século” no Monte Saint-Michel
Milhares de franceses e turistas estrangeiros assistem neste sábado (21) ao fenômeno que ficou conhecido como “maré do século”, que atingirá uma altura rara na costa atlântica do país, em especial no norte. O espetáculo é observado no Monte Saint-Michel, um dos principais pontos turísticos da França, que ficará parcialmente submerso até a madrugada de domingo.
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As águas do Atlântico vão subir até 14,6 metros, o equivalente a um prédio de quatro andares, um pico que será atingido por volta das 20h deste sábado (16h em Brasília). O fenômeno se repete a cada 18 anos, devido a um alinhamento excepcional da lua e do sol, que influencia nas correntes marítimas. Esta é a mais elevada maré registrada no século 21.
A passarela que garante o acesso do continente ao Monte Saint-Michel deve ser totalmente coberta pelas águas. Milhares de curiosos garantiram desde cedo um lugar no famoso enclave turístico para contemplar a primeira maré alta, pela manhã.
Os ministros das Relações Exteriores, Laurent Fabius, e da Defesa, Jean-Yves Le Drian, também apreciaram a subida das águas no pitoresco povoado medieval. A prefeitura espera receber um recorde de visitantes ao cair da noite.
Parecido com uma ilha, o Monte Saint-Michel é classificado como patrimônio da humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) e recebe turistas durante o ano inteiro. Os períodos de maré alta, no entanto, são os mais procurados.
Riscos
Em Saint-Malo, na Bretanha, cerca de 20 mil pessoas assistiram ao fenômeno nesta manhã, segundo a prefeitura. Equipados de botas e capas de chuva, os curiosos não temem ser molhados pela água do mar, que se choca contra o dique protetor da cidade.
Em todo o litoral, os pescadores também aproveitam a ocasião para capturar moluscos trazidos pelo mar. Ao longo dos últimos dias, as autoridades alertaram sobre os riscos da maré alta, que “sobe no ritmo de um cavalo galopante” e pode facilmente se transformar em uma perigosa armadilha. Algumas cidades se prepararam para o risco de enchentes, como Anglet, que proibiu o acesso aos diques.
O fenômeno também poderá ser observado no Reino Unido, no Canadá e no norte da Austrália. A última “maré do século” tinha ocorrido em 10 de março de 1997. A próxima será em 2033.
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