Partido de extrema-direita francês é suspeito de fraude no Parlamento Europeu
Vários dos 20 assistentes parlamentares da Frente Nacional, o partido de extrema-direita francês, no Parlamento Europeu são suspeitos de terem um emprego fantasma. A denúncia foi feita na segunda-feira (9) pelo presidente da casa, o alemão Martin Schulz. A Frente Nacional (FN), liderada por Marine Le Pen, denuncia uma manobra eleitoreira para tirar a credibilidade do partido às vésperas das eleições departamentais na França.
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Se confirmada a suspeita, essa será a maior fraude de empregos fantasmas da história do Parlamento europeu, sediado em Estrasburgo, no leste da França. “Essa é a primeira vez que suspeitamos que um número tão grande de pessoas de receba salários sem trabalhar. Antes, tivemos alguns casos, mas eram individuais”, declarou nesta terça-feira (10) Jaume Duch, porta-voz da instituição.
O presidente do Parlamento, o social-democrata Martin Schultz, entrou com queixa no Ofício Europeu de Luta Antifraude (Olaf). Segundo ele, os 20 assistentes parlamentares trabalham para o partido de Marine Le Pen e não para os 23 eurodeputados da sigla. A Olaf tem entre um a dois meses para estudar o caso e decidir se irá abrir um inquérito.
Emprego fantasma
Cada eurodeputado tem o direito de empregar um ou mais assistentes, desde que a massa salarial mensal não ultrapasse € 21.379 (cerca de R$ 70.000). Segundo as acusações do Parlamento europeu, dos 20 assistentes declarados pelo partido, dez indicaram em seu contrato de trabalho o endereço da sede da Frente Nacional em Nanterre. O prejuízo da fraude para o orçamento comunitário seria de € 7,5 milhões, valor equivalente aos salários pagos indevidamente durante cinco anos.
“Nossos assistentes são pessoas que militam para o partido e suas ideias, o que ainda é autorizado na euroditadura”, justificou Florian Philippot, eurodeputado e vice-presidente da FN. Ele informou ainda que alguns desses funcionários trabalham apenas meio período para o partido.
“Martin Schulz acatou as ordens do premiê Manuel Valls que ontem explicou ser necessário uma mobilização das elites contra a Frente Nacional”, disse Marine Le Pen. A líder da sigla acusa uma manobra política nesse período de campanha eleitoral. As pesquisas de opinião apontam a vitória do partido de extrema-direita francês no primeiro turno das eleições departamentais, em 22 de março.
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